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Músico cearense Erickson Mendes morre em Fortaleza

Amigos, colegas de profissão e fãs lamentam o falecimento. Erickson Mendes também era cantor e tinha músicas de Belchior como principal repertório
13:06 | Jul. 29, 2020
Autor Sâmya Mesquita
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Tipo Notícia

"Quando você conhece a arte de alguém, acaba conhecendo esse alguém." É assim que o jornalista Hamilton Nogueira define o cantor Erickson Mendes. Mas foi na noite da terça-feira, 29, que Erickson morreu em decorrência de um infarto, aos 50 anos.

O músico atuava no cenário há oito anos, apresentando-se em bares, restaurantes e conduzindo blocos de Carnaval. Apesar de uma carreira breve, Erickson ganhou reconhecimento com um repertório eclético, mas que trazia, primordialmente, músicas de Belchior, Zé Ramalho, Zeca Baleiro e Alceu Valença. Participou de diversos projetos culturais, entre eles, o Festival de Música para a Juventude, em 2016, na ocasião do aniversário de 70 anos de Belchior. Fez parte do bloco de Carnaval Os Belchior, que circulou pela Cidade entre 2015 e 2016.

A sua voz marcada e tipicamente regional dava força às performances. Segundo o guitarrista Mimi Rocha, que se apresentava com ele no Cantinho do Frango, “algumas músicas ficavam até melhores em sua voz que na do Belchior”, brinca. 

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Ric Pontes, cantor e baterista da banda Locomotiva, também já fez uma série de apresentações com o músico. “A gente tocava de meia-noite às 4h da manhã”, relata, ainda abalado com a partida de seu amigo. Eles começaram a tocar juntos em 2010, no querido Badubel. À época, Erickson apenas tocava violão, mas surgiu a oportunidade de cantar para substituir um músico. E foi aí que passou a chamar a atenção do público.

Caio Napoleão, proprietário do Cantinho do Frango, também lamentou a morte do amigo. E confirma como sua carreira já era “consolidada e respeitada na música” também por sua simpatia e seu profissionalismo. “Tocava ele e o Neo Pi Neo (compositor) aqui. E o Chico Pessoa só o chamava”, relata.

Recentemente, em período de isolamento social, participou constantemente de lives. Uma delas, na semana passada, foi com o cantor Chico Pessoa. Emocionado, ele nos relembra de sua trajetória com o músico: “Ele costumava dizer que era um tocador. Ensinou-me a interpretar muita coisa e me mostrou muita coisa nova. No final, ele já estava até fazendo forró comigo.” Para ele, o fato de o músico ter morado um tempo na Paraíba contribuiu para uma visão geral de que ele estava na estrada há muito tempo. “Ele não era um músico do Chico Pessoa. Era meu amigo que se propunha a me acompanhar.”

O jornalista Hamilton Nogueira conheceu Erickson Mendes no bloco de Carnaval Os Belchior. E conta que ainda guarda a camisa da ocasião: “Ele tinha uma ideia brilhante e simples, mas que funcionou. A forma como ele trazia a performance artística, cultural, social, fez dele um artista.” E foi nessa não-busca pelo sucesso rápido, segundo o colunista do blog Discografia, que o trabalho do músico acabou entrando no imaginário da Cidade. Sua música era movida pelo propósito de popularizar produções cearenses de qualidade.

Ele iria se apresentar hoje à noite, às 18 horas, numa live, como parte da Agenda Cultural da Secultfor. A página oficial da secretaria já emitiu uma nota de pesar em suas redes sociais. No Instagram do artista, vários fãs lamentam o falecimento. Erickson Mendes deixa, além de um orgulhoso legado cultural, uma esposa e uma filha recém-nascida. 

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