Com aluguel a R$ 6, médias-metragens brasileiros "Vaga Carne" e "Sete Anos de Maio" estreiam online
Os filmes, inicialmente previstos para serem lançados em sessão conjunta nas salas de cinema, chegam na plataforma da Embaúba Filmes na quinta, 14O que se previa como movimento arrojado e com ares de ineditismo no circuito das salas de cinema no Brasil acabou sendo impactado pelo contexto da pandemia. A distribuidora mineira Embaúba Filmes havia programado a estreia comercial de dois filmes no formato de média-metragem em sessão conjunta. Vaga Carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr., e Sete Anos em Maio, de Affonso Uchôa, chegariam às salas em 19 de março — justamente no período em que a pandemia começou no País. Agora, as obras irão estrear via streaming na próxima quinta-feira, 14, com aluguel a U$ 1, ou seja, menos de R$ 6. É uma bem-vinda forma de tornar o acesso às obras ainda mais possível para o público.
Os premiados médias se aproximam por questões de linguagem, discurso e performatividade. Vaga Carne é baseado em texto cênico de autoria de Grace Passô, que conta a história de uma voz que ocupa o corpo de uma mulher. Sete Anos em Maio se baseia na história real de Rafael dos Santos Rocha, jovem que foi torturado pela Polícia.
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Assine“Num primeiro momento, adiamos o lançamento tentando entender melhor como as coisas seguiriam. Quando percebemos que a crise realmente é bem grave e que o retorno do funcionamento normal dos cinemas ainda deve demorar, decidimos por este novo caminho, experimentando a inversão da ordem natural dos lançamentos, com a disponibilização dos filmes para locação pela internet”, explica Daniel Queiroz, responsável pela Embaúba.
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Apesar do movimento, o distribuidor destaca que a experiência física não está cancelada. “Entendemos que o ambiente do cinema é único, especial, e mantemos os planos de exibir os filmes juntos, ‘em tela grande’, quando isto for possível. Mas vamos fazer esta experiência de colocá-los na internet primeiro”.
A priorização da exibição online no primeiro momento vem com especificidades que a tornam desafiadora. “Apesar de que os sites de streaming têm se popularizado, sabemos que grande parte das pessoas ainda não tem o hábito de pagar para alugar um filme específico pela internet. O mais comum é fazer a assinatura de algum serviço, como a Netflix, assistindo apenas o que é disponibilizado por lá, o que é bem limitador em termos de conteúdo”, contextualiza Daniel.
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Levando em conta esse cenário do mercado e também as dificuldades financeiras que muitas pessoas estão enfrentando no momento, a decisão foi cobrar U$ 1 por cada média. O valor é cobrado em dólar por conta da distribuidora utilizar o serviço de uma plataforma internacional — mesmo assim, vale ressaltar, a locação dos filmes se dá no site da própria distribuidora.
“Decidimos por praticar um valor acessível, de menos de R$ 6, bem abaixo do que seria o valor médio de um ingresso de cinema (lembrando que em casa o filme pode ser visto por várias pessoas de uma vez)”, afirma.
“A nossa vontade é que os filmes sejam vistos pelo maior número de pessoas possível e que a distribuidora e os produtores possam ter um retorno, que garanta a continuidade de suas atividades. A esperança é cobrar barato e atingir um número significativo de pessoas”, divide o diretor da Embaúba.
Apesar dessa intenção, Daniel evita prognósticos. “Esta forma de lançamento é nova para todo mundo. Estamos tateando por novos caminhos, neste momento de tantas incertezas. Considero Vaga Carne e Sete Anos em Maio dois filmes ‘urgentes’, de grande relevância no contexto brasileiro, e queremos, acima de tudo, que circulem muito, provocando reflexões”, finaliza.
SERVIÇO
Disponível a partir de 14/5 nos sites da SPCine Play e da Embaúba Filmes: www.spcineplay.com.br ou www.embaubafilmes.com.br/locacao/
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