Projeto cearense ganha prêmio no Festival de Brasília
"Pajeú", de Pedro Diógenes, foi exibido na mostra Futuro Brasil, para trabalhos em processoO projeto de um filme cearense "sobre esquecimento" saiu vencedor de um dos prêmios da mostra Futuro Brasil, que compõe a programação do 52° Festival de Brasília de Cinema Brasileiro e é voltada para projetos ainda em processo de finalização. "Pajeú", dirigido pelo cineasta Pedro Diógenes, conquistou na noite de encerramento da mostra paralela, nesta quarta, 27, o prêmio Prime Box Brazil, oferecido pelo canal de TV fechada.
A Mostra Futuro Brasil ocorreu dentro de uma programação paralela à competitiva principal de Brasília, o 3° Ambiente de Mercado. Os projetos selecionados na mostra são sempre filmes ainda não finalizados, cujos cortes exibidos serão ainda retrabalhados. As sessões são para convidados e as premiações concedidas ajudam na finalização. Neste ano, foram seis os projetos. Além deles, o Ambiente de Mercado também recebe pitchings de futuros projetos.
"Pajeú", como explicou Pedro em entrevista ao O POVO na manhã de hoje, 28, "(fala) sobre o Riacho Pajeú, que foi fundamental para Fortaleza existir e crescer e hoje foi esquecido". "É um filme que parte desse esquecimento para falar de alguns outros. É bem particular, bem Fortaleza, e foi bom ver como um olhar estrangeiro reage a ele", afirma, referenciando os convidados de fora do País que participaram da exibição.
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AssineO prêmio Prime Box Brazil, explica Pedro, concede apoio financeiro para a finalização do projeto e ainda garante a exibição de "Pajeú" na grade do canal fechado. "Vai ajudar a finalizar, a fazer as etapas ainda não concluídas, de mixagem de som e edição de cor, por exemplo. (A exibição na TV) é uma coisa importantíssima, atinge muita gente", considera.
Em 2017, outro filme dirigido por Pedro, em parceria com Guto Parente, participou da Mostra Futuro Brasil. "Inferninho" saiu naquele ano como o grande vencedor da paralela e teve a finalização garantida pelo prêmio. Nesta semana, o longa figurou no topo da lista de filmes cearenses essenciais proposta pela Associação Cearense de Críticos de Cinema.
Já de volta a Fortaleza, Pedro avalia a edição do Festival de Brasília de 2019 como boa para o filme, mas "estranha". "Teve a coisa da censura no primeiro dia. Tive muitas conversas com realizadores de Brasília e do Distrito Federal e eles falaram de todo um descaso e um desmonte que está rolando com a cultura lá. Foi um festival um pouco com esse clima", avalia. O caso da abertura do evento ao qual o diretor se refere é o do discurso não programado do ator Marcelo Pelucio, que teceu críticas aos cortes na cultura no Distrito Federal. Inicialmente, um segurança fez menção de retirar o ator do palco, mas foi dissuadido por uma produtora. Depois, o microfone teve o som cortado. O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF Adão Cândido foi vaiado na ocasião.
Na noite de hoje, 28, outra produção cearense será exibida. "Marco", de Sara Benvenuto, integra a mostra competitiva de curtas no festival. O filme já participou de festivais em Fortaleza como o Cine Ceará e no For Rainbow. A participação do Estado em Brasília contou ainda com o documentário "Soldados da Borracha", de Wolney Oliveira, exibido na quarta, 27, na mostra Território Brasil.
Confira lista dos premiados no 3° Ambiente de Mercado
MELHOR FILME FUTURO BRASIL: "A Matéria Noturna" (ES), de Bernardo Lessa
PRÊMIO PRIME BOX BRAZIL: "Pajeú" (CE), de Pedro Diógenes
MELHOR PITCHING: "Marapaguá", da Chica's Produções (RS), de Milton Martins e Paola Martins
PRÊMIO FRAPA: Rio2C (1 credencial) a Paola Martins
PRÊMIO RIO 2C - menção honrosa: "Pequeno Armagedom", de Druzina Content (RS)
DOTCINE: Rejeito (LL Mecchi Produções/Pedro De Fillipis)
O repórter João Gabriel viajou para Brasília a convite do evento
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