O twitter e a liberdade de expressão

Artigo deste colunista a respeito do anúncio de compra do twitter e sua relação com a liberdade de expressão.

*por Hamilton Nogueira, colunista de tecnologia do O POVO 

Um tweet fixado na conta de Elon Musk diz algo semelhante à: “liberdade de expressão quer dizer simplesmente aquilo que está de acordo com a lei. Sou contra a censura, que vai muito além da lei”.

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O empresário que virou pauta mundial em função da proposta de compra do Twitter e do debate ideológico a respeito de uma suposta liberdade excessiva de expressão, está correto. A liberdade de expressão deve ser imutável e inegociável. O que é mutável e negociável é a lei, cujas mudanças e formulações surgem de acordo com os contextos e cujas negociações se dão também pelos interesses envolvidos. Legítimos e ilegítimos.

Portanto, a discussão ideológica nas redes sociais está bem aquém do mundo novo que se vê obrigado a encontrar mecanismos contra os problemas causados pelas campanhas de desinformação. Que matam, inclusive. E sequer o homem mais rico do mundo pode parar o processo de construção de ferramentas jurídicas e técnicas para lutar contra a desinformação. Pode até atrapalhar, mas não barrar.

Das leis gerais de proteção de dados já em vigor, até as novas abordagens europeias que dizem respeito à higiene informacional, tudo inevitavelmente chegará ao mundo. Valorização das agências de fact checking, olhar mais atento dos estados nacionais sobre as empresas de tecnologia, utilização de algoritmos com códigos abertos e participativos, blockchain nos registros de conteúdos multimídia, verificação de usuários reais, políticas de utilização de robots, colaboração entre veículos de comunicação, e muito mais, é questão de tempo – pouco, diga-se de passagem.

O poder das big techs não serão ilimitados. Inclusive parte dos seus lucros devem ser destinados ao jornalismo profissional. Porque é necessário dizer que, para proteger a informação e o conhecimento é preciso que essas empresas se adequem às leis dos países onde atuam. E não importa o quão big seja a big tech.

Para terminar, tudo isso dito aqui é para o caso da compra realmente se concretizar. Porque em tempos de fake news e manipulação da informação, até isso precisa ser considerado.

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