Voz e terapia digital para identificação e prevenção de doenças

Estudo da fala humana abre novas possibilidades de avaliação de enfermidades. O tema será debatido pelo 7º HIS – Healthcare Innovation Show, encontro online sobre tecnologia aplicada à saúde que vai até dia 23 de setembro.

A qualidade da voz é um sinal de saúde e sua avaliação pode identificar indícios de doenças e ser um recurso para terapias digitais. São aplicativos, sensores e ferramentas, que registram todo o espectro da voz humana, até frequências imperceptíveis para o ouvido humano. Com auxílio de algoritmos especiais, monitoram sinais precoces de uma série de enfermidades como a covid-19 e outras doenças respiratórias como asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e distúrbios neuromotores e neurodegenerativos como Alzheimer e Doença de Parkinson. Essas terapias são capazes de detectar depressão, esquizofrenia e outros transtornos de saúde mental, além de doenças cardiovasculares como insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana.

“Cada doença exerce um impacto diferente sobre a voz. No Parkinson, os tremores que afetam as mãos podem ocorrer nos músculos usados para falar, causando alteração motora e resultando em uma voz, muitas vezes, baixa e fraca. Na demência, a linguagem fica empobrecida, porque o paciente esquece palavras e tem dificuldades em formular frases”, explica a fonoaudióloga Nathália Nunes, consultora de mercado para saúde no Brasil e nos Estados Unidos e fundadora da empresa Arta. Amanhã, quarta-feira (22), ela vai participar do painel “A voz como próxima fronteira de interação”, promovido pelo 7º HIS – Healthcare Innovation Show, encontro online sobre tecnologia aplicada à saúde.

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Biomarcadores digitais

Na medicina tradicional, as doenças são detectadas ou acompanhadas com auxílio dos biomarcadores - são sinais vitais, medidas de sangue, tecidos e outras partes do corpo, que indicam o funcionamento normal ou anormal do organismo. Os biomarcadores são avaliados em laboratório ou com dispositivos médicos, por exemplo, um medidor de pressão arterial. As terapias digitais, por sua vez, usam biomarcadores digitais que imitam os convencionais, só que coletam informações do organismo por meio de sensores, dispositivos vestíveis e outras ferramentas computacionais.

Para analisar a fala humana são usados biomarcadores vocais, estabelecidos após a análise das características do discurso. O computador comparou milhões de vozes de pessoas saudáveis até definir um padrão de voz para indivíduos com distúrbios. “A linguagem, a fala e o uso da voz são fenômenos complexos que resultam da coordenação entre a função cerebral e pulmonar, estando associados a muitos processos neurológicos e fisiológicos”, afirma Nathália Nunes. Por essa razão, as alterações nos padrões de fala podem indicar problemas de saúde.

Em março, Israel passou a contar com uma ferramenta digital capaz de identificar a covid-19 por meio da voz. Nos Estados Unidos, terapias digitais para detectar outras doenças ainda estão em fase de aprovação. No Brasil, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo um instrumento capaz de reconhecer variações na voz de pacientes com covid-19.

Sobre o HIS

O Healthcare Innovation Show chega à sétima edição como o mais importante encontro da comunidade de saúde e tecnologia no Brasil. O evento reúne todos os anos CEOs, CIOs, gestores e demais líderes do mercado da saúde para debater mudanças, desafios, oportunidades, avanços tecnológicos e tendências, sendo um fórum privilegiado para o compartilhamento de ideias, experiências, cases de inovação, além da realização de networking e novos negócios.

 

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