Sete minutos de terror: entenda o momento crítico de missões em Marte

Robô Perseverance chegou à superfície do planeta vermelho na quinta-feira, 18; saiba os riscos durante o processo de pouso dos equipamentos

A missão Mars 2020, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) chegou a marte na última quinta-feira, 18, levando o robô Perseverance e o helicóptero Ingenuity. Foram sete meses de viagem e 470 milhões de quilômetros. No entanto, um dos momentos mais cruciais do trajeto acontece justamente no final do caminho: os chamados "sete minutos de terror", na hora do pouso.

Esta parte crítica, classificada como "entrada, descida e pouso" pode arruinar missões espaciais após milhões de dólares e dezenas de anos investidos em pesquisa. É, portanto, um momento de extremo nervosismo entre os cientistas no controle da missão.

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No entanto, esta parte ocorre de maneira totalmente automatizada, sem que o controle da missão possa interferir. Isso acontece por que, como as informações levam alguns minutos para trafegar entre a Terra e Marte, não haveria como executar comandos em tempo real para garantir o pouso seguro.

Durante estes minutos, o veículo final é desanexado da nave que o carregou até Marte, e começa a entrada na atmosfera do planeta. A velocidade inicial é de 20 mil quilômetros por hora, e precisa ser reduzida a 2 km/h para um pouso seguro.

A parte inicial envolve o escudo de calor, uma parte da fuselagem feita com materiais e desenho específico para gerar atrito, diminuindo a velocidade da queda, e aguentar as altas temperaturas desta etapa.

Em seguida, o pára-quedas supersônico é ativado quando a descida já está mais devagar que no momento de entrada na atmosfera. Nesta altura, o escudo de calor é ejetado e o veículo pode usar câmeras para identificar sua localização exata na superfície do planeta.

Após isso, a parte com o pára-quedas é também ejetada, e foguetes embutidos em um drone terminam de reduzir a velocidadede descida. Quando o robô está a cerca de 20 metros do solo, cordas que o seguram descem do drone e o colocam no chão.

Por fim, o drone se distancia e o robô começa o caminho por solo até a cratera Jezero, que já abrigou um lago, onde realizará a coleta de amostras em busca de evidências se já houve vida em Marte.

Outros veículos espaciais chegaram a Marte esta semana

Além da missão da Nasa, expedições da Arábia Saudita ("Esperança") e da China ("Perguntas ao céu") também se aproximaram do planeta nos últimos dias. Ao contrário da Mars 2020, no entanto, estas são apenas sondas atmosféricas, e não descerão à superfície de Marte, enviando somente imagens aéreas.

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