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"Sparkle": conheça a rede social que promete neutralidade na distribuição de postagens

De acordo com especialista, o modelo atual das redes sociais, que se baseia em algoritmos, pode ser prejudicial para uma sociedade democrática
11:07 | Jun. 12, 2020
Autor Leonardo Maia
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Leonardo Maia Estagiário
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Tipo Notícia

Já estava navegando na internet e surgiu algum conteúdo sugerido na tela? Sejam em vídeos do Youtube ou em pesquisas do Google, os usuários são constantemente direcionados a consumir outros conteúdos com base em sua experiência prévia na plataforma — ou ainda em outros lugares.

Funciona assim: a rede social usa seus dados, como o seu histórico de navegação e as páginas que você curtiu, para definir o que vai aparecer na sua linha do tempo (a página inicial que reúne as postagens recomendadas para você). Esse modelo é baseado em um algoritmo, uma série de códigos que determinam como o sistema vai funcionar e o que será apresentado para os consumidores.

A rede social Sparkle, criada pela empresa Hotmart, pretende ir na contramão dessa fórmula popularizada nos últimos anos. A ideia é disponibilizar todo o conteúdo produzido pelos criadores de forma integral, sem códigos que possam mediar a comunicação entre os consumidores e os produtores.

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A “entrega” do conteúdo criado tem sido um problema enfrentado por produtores, entre outras plataformas, no Youtube — a rede social de conteúdos audiovisuais mais popular mundialmente. A queixa recorrente é que os vídeos produzidos não estão chegando ao alcance das pessoas que fizeram uma inscrição para recebê-los.

"Filtros invisíveis"

Um forte crítico do sistema de algoritmo é o cofundador da comunidade de mobilização Avaaz, Eli Pariser. Ele escreveu um livro em 2011 chamado “O filtro invisível – O que a internet está escondendo de você”, que detalha como as empresas usam os dados dos usuários para recomendar conteúdos.

Entre outras consequências, o autor pondera que as pessoas estão cada vez mais fechadas em seus próprios círculos informacionais. Com o aperfeiçoamento dos algoritmos, a tendência é que haja menos acesso a conteúdos que possam divergir do interesse do usuário, assim como as plataformas passem a controlar o que é consumido.

“A democracia exige que os cidadãos enxerguem as coisas pelo ponto de vista dos outros; em vez disso, estamos cada vez mais fechados em nossas próprias bolhas. A democracia exige que nos baseemos em fatos compartilhados; no entanto, estão nos oferecendo universos distintos e paralelos”, defende o autor na publicação.

Senso de comunidade

Disponível para IOS e Android, a Sparkle promete criar um maior senso de comunidade, em que as pessoas possam “interagir com as pessoas que admiram” e “seguir de perto” os assuntos que mais se interessam. De acordo com o site oficial da plataforma, atualmente há mais de 200 mil comunidades disponíveis para os usuários.

Além disso, a empresa responsável pela plataforma, mais conhecida pela oferta de cursos online, aliou a rede social ao acompanhamento do conteúdo das aulas. Os alunos podem, dessa forma, acompanhar o conteúdo pelo celular mesmo sem conexão com a internet, por meio do download prévio dos vídeos.

 

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