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Robôs digitais viram influenciadores nas redes sociais

Um grupo de amigos e até uma agência de modelos feitos digitalmente são seguidos por milhares de contas na Internet
12:56 | Out. 05, 2019
Autor O POVO
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Tipo Notícia

Lil Miquela, Bermuda e Lawko. Esses são os nomes dos três amigos que, juntos, têm quase dois milhões de seguidores no Instagram. Miquela é a mais famosa, com cerca de 1,6 milhão, porque ainda é uma cantora com diversos fãs. O dia a dia que postam na rede não é muito diferente da maioria dos influenciadores: publicam fotos em restaurantes, viajando e fazendo divulgação de marcas famosas. A diferença, porém, é que esses três amigos não são reais.

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Criados digitalmente, eles publicam legendas como se existissem e tivessem sentimentos humanos. Em uma legenda de Miquela, ela relata a tristeza que sentiu ao ser deixada por um menino que gostava. “Um dos amigos de angel boy disse quem eu era e viu tudo que postei sobre ele. Ele explodiu durante o almoço e saiu furioso enquanto eu chorava feio na frente de 50 estranhos”, afirma a influencer. Ela ainda continua, ao falar que o jovem não responde a nenhuma de suas mensagens de texto.

Essa postagem tem centenas de mensagens de apoio de usuários. “Talvez seja tarde demais, mas você está bem?”, questionou um seguidor. “Mantenha sua cabeça erguida, bebê. Alguém ainda verá seu valor e ficará orgulhoso de ter você. Sobre os comentários negativos, ignore-os. Todo mundo merece ser feliz e ter alguém especial”, auxilia outra conta no Instagram. Alguns desses usuários que interagem com Miquela possuem seus perfis privados e não parecem ser robôs.

Desde que Lil foi criada, em 2016, não havia informações sobre se a jovem que aparecia nas fotografias era real ou não. Hoje em dia, eles não escondem que são robôs. “Eu amo meu irmão robô”, declarou a influencer em referência ao modelo digital Rawko. Sobre uma de suas amigas próximas, Rawko escreve que “ela é verdadeira” para dizer aos seus seguidores que a mulher da foto é, de fato, uma pessoa.

A procedência desses perfis ainda é incerta. Segundo o TechCrunch, site de informações sobre tecnologia dos Estados Unidos, esses avatars foram criados por uma startup chamada Brud, de Los Angeles.

O que pode ser afirmado, portanto, é que os perfis mostram quase uma novela virtual, onde existem várias pessoas envolvidas em dramas de relacionamento, por exemplo. O TechCrunch ainda ressalta uma situação, quando Lil Miquela foi supostamente hackeada. Isso, segundo fontes, foi feito como parte de um drama virtual, semelhante ao que as Kardashians fazem em suas redes sociais e reality show.

“Pessoas não vão achar que ela é humana, então eles fazem parecer que ela teve uma crise existencial e agora é a primeira na ‘raça’ dos robôs inteligentes que irá criar um mundo ao seu redor”, afirma uma fonte próxima a startup em entrevista ao portal.

Agência de modelos digitais

O fenômeno de personas criadas digitalmente ainda tem outra vertente: as agências de modelos. A “The Diigitals”, por exemplo, é a primeira agência feita com modelos exclusivamente digitais. A empresa do Reino Unido, em seu site, escreve:  “nós estamos utilizando a crescente acessibilidade das novas tecnologias e dando os primeiros passos para uma nova fronteira de exploração digital”.

A mais famosa criação da agência é a modelo Shudu. Ela faz fotografias em colaboração com marcas conhecidas mundialmente, como Balmain e Ellesse. Com quase 190 mil seguidores em seu perfil no Instagram, possui usuários que constantemente comentam mensagens positivas, como “linda” e “definição de beleza”.

Shudu colaborando com marcas conhecidas mundialmente, como Balmain.
Shudu colaborando com marcas conhecidas mundialmente, como Balmain. (Foto: Reprodução / Instagram )

A empresa ainda possui um portfólio com outros seis modelos de padrões variados. Margot e Zhi, que normalmente tiram fotos juntas, são, respectivamente, uma pessoa branca e uma asiática. Brenn é uma mulher negra plus size. Koffi, um homem negro. Dagny, uma mulher branca. E a mais diferente: Galaxia, que é a personificação de um extraterrestre.

O próprio site da empresa propõe um questionamento: “o que uma pessoa como Shudu significa para o mundo fashion?”.

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