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Pokémon Go impulsiona tímida estratégia da Nintendo no mercado móvel

Nascidos há 20 anos, Pikachu e o resto dos mascotes virtuais que o acompanham são vistos com nostalgia por quem cresceu com esses personagem, e a possibilidade de tê-los de volta gratuitamente em seus smartphone gerou grande entusiasmo
14:15 | Jul. 14, 2016
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O sucesso inesperado e esmagador do aplicativo móvel do Pokémon Go poderá dar à Nintendo o empurrão que precisava em sua ainda tímida estratégia para o mercado dos smartphones e para ampliar seu público. Desde seu lançamento na semana passada, o jogo se transformou em um verdadeiro fenômeno social, com milhares de downloads no mundo todo, apesar de oficialmente só estar disponível em alguns países (Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Alemanha).

Nesse contexto de febre Pokémon, as ações da Nintendo na Bolsa de Tóquio dispararam mais 70% na última semana, apesar de o aplicativo não ter sido desenvolvido pela companhia japonesa, mas pelo estúdio Nantics, associado à empresa Pokémon Company, afiliada da Nintendo. O Pokémon Go ainda não está foi oficialmente disponibilizado no arquipélago. No entanto, os jogadores do mundo inteiro decobriram que é possível baixá-lo criando uma conta na App Store americana para iPhone ou baixando o .APK (que permite a execução o programa) para o sistema Android.

"A recente alta da ação da Nintendo parece excessiva, se se baseia unicamente nos supostos lucros que serão obtidos a partir do Pokémon Go, embora o jogo possa ter implicações para os títulos posteriores (da Nintendo) e para a indústria dos jogos móveis em seu conjunto", diz a nota do analista Junko Yamamura, da Nomura Securities. Consequentemente, os lucros diretos para a companhia japonesa não são nem serão tão relevantes, dado que o grupo não está diretamente envolvido.

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"Os investidores esperam, no entanto, que o Pokémon Go abra um novo capítulo no crescimento futuro da Nintendo", explica Takashi Oba, agente da Okasan Securities em Tóquio. O criador do Super Mario e do Donkey Kong, baseado em Quioto (oeste), lançou em março "Miitono", seu primeiro jogo móvel dentro do acordo de colaboração com o agregador de conteúdos para smartphones DeNA, uma espécie de rede social lúdica.

[SAIBAMAIS4]Para 2017, a companhia prevê lançar outras quatro aplicações. "Os mercados acreditam que como o Pokémon Go é um grande sucesso, os jogos para smartphone diretamente concebidos pela Nintendo terão a mesma sorte", argumenta Eiji Maeda, analista da SMBC Nikko Securities.

A Nintendo mudou radicalmente sua estratégia de aposta exclusiva em seus consoles pouco antes do falecimento repentino de seu dono Satoru Iwata em julho de 2015. Reticente durante anos a se abrir aos jogos para dispositivos móveis, a companhia se rendeu, reconhecendo que "os tempos haviam mudado". Isso foi feito em um momento em que os tempos de glória da Nintendo já tinha ficado para trás e que as vendas haviam despencado a um quarto do volume de seus melhores anos. Desde então, milhares de aplicativos lúdicos para smartphone muito baratos ou gratuitos inundaram o mercado, captando a atenção de 'gamers' e de simples jogadores ocasionais.

Apesar disso, a Nintendo continua insistindo que não pretende criar versões móveis idênticas a seus jogos de console, por considerar que as funcionalidades das máquinas continua, sendo superiores às dos smartphones. A companhia, contudo, que ver como isso se desenvolve após o enorme sucesso do Pokémon Go.

AFP

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