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Exposição no Rio aproxima tecnologia e arte

Em sua quinta edição, File Games Rio traz voo virtual, passeio em obras de Van Gogh e cinco andares de possibilidades artísticas no Oi Futuro Flamengo

20:10 | 05/11/2015
"Quantos anos o senhor tem?", pergunta o guia. "Cinco", responde um jovem senhor de 70 e poucos, com um joystick nas mãos, óculos de realidade virtual (RV) sobre os olhos e sorriso infantil num rosto que acabara de viver algo novo. O poder de fascínio causado pela arte é primo daquele lançado pelas novidades da tecnologia. A exposição "File Anima%2bGames Rio 2015: Os Van Goghs irão", em cartaz desde terça-feira, 3, no Rio de Janeiro (RJ), mostra o quão próximos os avanços tecnológicos e a noção artística viajam.
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Com pouco mais de um século, o cinema é considerado uma arte-criança. Games, com 35 anos, e animações em 3D, com 20, são bebês. Para Roberto Guimarães, gestor Cultural da Oi Futuro, juventude não nega o valor artístico dos campos. "Não se questiona mais, já está posto que games são arte", defende. A certeza está representado na obra ao lado: óculos de RV que, ao promoverem uma viagem por entre obras do pintor pós-impressionista holandês Vincent Van Gogh, transforma senhores de 70 anos em crianças de cinco.

A obra, chamada "The Night Café", do norte-americano Mac Cauley, é o carro-chefe da exposição no Rio, ao lado do balanço virtual "Swings", obra alemã de Christina Marczinzik e Thi Binh Minh Nguyen, que, até o mês passado, era chamariz da Feira Internacional de Linguagem Eletrônica (File), em São Paulo (SP). Para Paula Perissinotto, curadora da exposição, os novos usos da realidade virtual mostram o quanto "experiências estéticas surgem de possibilidades digitais". Ainda segundo ela, a mostra está aberta para viajar para outras cidades, só carecendo de patrocínio.

Games comerciais
Se "Swings" e sua sensação de voo e "The Night Café", que promove um quase nauseante mergulho artístico, foram feitos pensando em galerias, outros itens em exibição na File Rio são menos herméticos. Na realidade virtual, bugs são aceitos no museu, mas games comerciais não têm esse luxo. Jogos de iPad, PS4 e Xbox One, no entanto, também são encarados como obras de arte. "A gente tem produtos minimalistas e outros com um acabamento muito bem feito, mas todos têm um proposta estética e de experiência únicas", sublinha Maria Eugênia Mourão, também curadora da exposição.

Para ela, possibilidades de historiografia como do game de temática inuit "Never Alone" (Upper One Games/EUA) ou as reconstruções estéticas de jogos como "Contrast" (Compulsion Games/Canadá), passado nos anos 1930, ou "Apotheon" (Alien Trap/Canadá), que se desenrola em vasos gregos, mostram o estreitamento de limites entre arte e tecnologia. A exposição conta ainda com dois games brasileiros: "Chroma Squad", da Behold Studios, e "Pixel Rift", experiência de RV de Ana Ribeiro.

Na parte de animação, a File Rio reúne 100 curtas selecionados, além de outros 100 indicados por festivais parceiros. As obras são exibidas em looping em dez TVs no local.


Serviço
File Anima%2bGames Rio 2015
Onde: Oi Futuro Flamengo (rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo), no Rio de Janeiro (RJ).
Quando: até 29 de novembro, de terça a domingo, das 11 às 20 horas.
Entrada gratuita.
Info.: oifuturo.org.

O repórter viajou à convite da Oi.
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