Campanha Janeiro Roxo busca conscientizar sobre a hanseníase

Ações tem como objetivo diminuir o preconceito sobre doença, que tem cura e tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Para conscientizar e sensibilizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da hanseníase, a campanha Janeiro Roxo promove, durante todo o mês, uma série de ações voltadas à conscientização da doença. Lembrada todos os anos no último domingo de do primeiro mês do ano, a data mundial contra a hanseníase de 2022 será no dia 30, com atividades que buscam diminuir o preconceito e tirar dúvidas a respeito do tratamento e cura da condição.

A doença, que antigamente era conhecida como lepra, é infecciosa e contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae — também conhecido como bacilo de Hansen. Com transmissão e infecção interpessoal (entre pessoas), a condição é transmitida a partir convívio com doentes sem tratamento, via gotículas no ar, por meio de tosse e espirros. 

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A hanseníase tem 28 mil casos ativos no Brasil, de acordo com o Boletim Epidemiológico da doença, disponibilizado pelo Ministério da Saúde. A dermatologista Patrícia Vieira Maluly, do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam) explica que, mesmo com os avanços tecnológicos, a infecção causa até hoje problemas sanitários em todo o mundo. “Essa infecção ainda se configura como um grave problema de saúde pública em muitos países, inclusive no Brasil. Mesmo com todos os avanços obtidos pela ciência e tecnologia, não houve interrupção da transmissão em escala mundial”, destaca a médica.

Em caso de suspeita de hanseníase, é importante observar os sintomas e sinais iniciais:

  • Manchas brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas na pele;
  • Áreas com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e dores ao toque;
  • Comprometimento do sistema nervoso;
  • Diminuição dos pelos e do suor;
  • Sensação de formigamento nas mãos e pés;
  • Nódulos avermelhados no corpo.

A visita ao médico para diagnóstico é de grande importância. Segundo Patrícia Maluly, “a maioria dos casos de hanseníase é definida pela análise clínica dermatoneurológica. Para esclarecimento diagnóstico, podemos associar exames complementares como anatomopatológico e baciloscopia, entre outros”.

Apesar dos sintomas fortes e impactantes, a hanseníase tem cura e o tratamento completo é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “São utilizados esquemas terapêuticos padronizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de acordo com a classificação operacional. Os medicamentos de primeira linha no tratamento padrão da hanseníase são rifampicina, dapsona e clofazimina”, explica Patrícia.

Além de dar o suporte durante todo o tratamento, o SUS, por meio do Ministério da Saúde, também disponibiliza a Caderneta de Saúde da Pessoa Acometida pela Hanseníase, que é utilizada para que o paciente registre, acompanhe e fique antenado as orientações e melhores procedimentos a respeito da doença. De acordo com a especialista, a caderneta deve ser entregue no momento do diagnóstico e é fundamental para as equipes de saúde e pacientes.

O Brasil é o segundo país com maior número de casos de hanseníase no mundo, atrás somente da Índia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 79% dos casos reportados da doença em 2019 foram na Índia, Brasil e Indonésia. Com o objetivo de zerar os casos da doença, a OMS lançou em 2021 o programa “Rumo a zero hanseníase”, estratégia global que trabalhará entre os anos 2021 e 2030 para a eliminação dos casos da infecção.

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