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Entenda o que é a "WhatsAppnite", doença causada pelo uso excessivo do celular

O nome, em referência ao mensageiro instantâneo, foi popularizados após uma publicação no periódico científico The Lancet. Veja dicas de como evitar quadros de WhatsAppnite.
13:13 | Set. 09, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

Com a pandemia da Covid-19 e o maior tempo em casa, muitas pessoas passaram a utilizar tecnologias como celulares, computadores e dispositivos eletrônicos, que aumentam o esforço sobre os punhos, mãos e dedos. Em decorrência do uso excessivo desses dispositivos, problemas nos tendões e articulações dos punhos e das mãos se tornaram recorrentes nos últimos meses. Outro resultado foi a incidência de dores e inflamação, principalmente nos dedos polegares, em doença conhecida como "WhatsAppinite".

O nome, em referência ao mensageiro instantâneo, foi popularizado após uma publicação no periódico científico The Lancet. “A condição se desenvolve quase sempre devido aos movimentos repetitivos do punho e polegar, comuns em quem usa computadores ou celulares de forma excessiva”, esclarece a fisioterapeuta e especialista em pilates, Walkíria Brunetti, em nota. Ela acrescenta que essa patologia é mais observada em pessoas que usam celulares, devido ao peso do equipamento.

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Segundo a fisioterapeuta, esses casos tem se tornado cada vez mais comuns na clínica em que trabalha. Walkíria relata que tem recebido em pacientes, a maioria mulheres, com queixas de dores e inflamação no punho. Os casos mais atendidos são de Síndrome De Quervain, conhecida entre os profissionais como tenossinovite estenosante ou tenossinovite de De Quervain.

Movimentos repetitivos

 

A tenossinovite é o termo usado para designar uma inflamação em um tendão, esclarece a fisioterapeuta. “Temos vários tendões no corpo. A principal função dessas estruturas é conectar os músculos aos ossos, permitindo movimentos como dobrar o dedão, abrir e fechar as mãos”, exemplifica. Os tendões estão presentes em praticamente todas as articulações, ela complementa.

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Ao digitarmos uma mensagem no celular, por exemplo, usamos muito os tendões dos polegares. “E a repetição desses movimentos sobrecarrega esses tendões, levando à inflamação. Os principais sintomas são dor, inchaço e dificuldade de realizar movimentos da vida diária, como escovar o cabelo, abrir uma porta, entre outros”, detalha Walkíria.

A postura incorreta durante o uso do celular também está associada a incidência da tenossinovite. Nesses casos, outras partes do corpo podem ser afetadas, como ombros, pescoço e cotovelos. Por isso, segundo a fisioterapeuta, os riscos devem ser calculados. Como a tecnologia tem se tornado um aliado nesse período de distanciamento social, é necessário medir o uso correto para evitar complicações.

Dicas para proteger os seus tendões

 

Use sua voz: quase todos os aplicativos possuem os recursos de voz. Sempre que possível, mande mensagens de áudio. Até mesmo as buscas no Google podem ser feitas por meio da voz.

Alongue-se: faça alongamentos das mãos, punhos, pescoço, ombros, braços e antebraços a cada 20 ou 30 minutos quando estiver no celular ou no computador.

Detox digital: durante a quarentena, procure atividades alternativas, que não envolvam tecnologia e a sobrecarga das mãos. Caminhar, ler um livro, organizar um armário, são algumas opções

Capa para o celular: se for usar o smartphone, as capinhas com apoios são alternativa para diminuir o esforço na hora de digitar. Sem esse recurso, os polegares são sobrecarregados na hora de digitar e segurar o dispositivo.

Exercícios de fortalecimento: o ideal é procurar um fisioterapeuta que possa passar exercícios para fortalecer os punhos e mãos. Mas, há dois movimentos que podem ser feitos em casa. Um deles é usar aquelas bolinhas próprias para apertar e soltar, chamadas de “toning ball”. Outro exercício é pegar um elástico de cabelo, colocar no polegar, dedo anelar e dedo médio, abrindo e fechando. Depois, repita o movimento com todos os dedos.

Tratamento

 

Para os casos em que a tenossinovite já está instalada, a recomendação é buscar tratamento especializado com fisioterapeutas. O primeiro, segundo Walkíria Brunetti, é tratar a dor. Entre os recursos utilizados há a crioterapia, eletroterapia, ultrassom, acupuntura.

“Em alguns casos, podem ser usadas talas”, acrescenta a fisioterapeuta. “Quando o quadro doloroso melhora, podemos partir para exercícios de fortalecimento das mãos e punhos, assim como fazer uma reeducação do paciente sobre as posturas mais assertivas ao usar dispositivos eletrônicos”. Entretanto, se o paciente retornar aos velhos hábitos, a chance de ter um novo quadro de tenossinovite é maior, salienta Walkíria.

 

Com informações da clínica Walkíria Brunetti Fisioterapia.

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