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Maconha pode ajudar na memória de pessoas mais velhas, diz estudo

12:27 | Mai. 09, 2017
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[FOTO1]O composto químico principal encontrado na maconha, responsável pelos efeitos psicotrópicos nos usuários, o tetrahidrocanabinol (THC), pode ajudar a desacelerar ou até reverter o declínio cognitivo em pessoas mais velhas. Isso é resultado de um estudo da Universidade de Bonn, na Alemanha, publicado no periódico Nature Medicine, nesta segunda-feira, 8. O estudo foi realizado apenas em ratos, mas testes também devem ser feitos em humanos ainda neste ano.
No experimento, os pesquisadores, liderados por Andras Bilkei-Gorzo, administraram pequenas doses diárias de THC no corpo dos ratos durante aproximadamente um mês. No total, eram 70 ratos e dentre eles 17 eram jovens e tinham 2 meses de idade, 24 eram adultos (1 ano) e 29 tinham 18 meses de idade, que são considerados como velhos para os padrões dos ratos. Metade deles receberam a substância e a outra metade não recebeu nada para servir como grupo controle.
Foram realizados testes de comportamento para avaliar as habilidades cognitivas dos ratos, entre elas a memória e a habilidade para aprender novas informações. Uma das tarefas, por exemplo, envolvia colocar os ratos numa piscina de água com uma plataforma escondida que os permitia sair dela quando a encontrassem. Os ratos adultos e velhos que receberam a substância presente na maconha conseguiram sair da água mais rapidamente do que os de mesma idade que não receberam o THC.
Por outro lado, os animais mais novos que receberam a substância tiveram um desempenho pior nessas tarefas cognitivas. O que entra em concordância com outras pesquisas anteriores que já havia demonstrado os efeitos negativos do THC em pessoas e animais mais jovens.
Segundo a pesquisa, os cientistas buscaram compreender o que ocorria dentro do corpo dos animais. Para isso examinaram como o THC interagia com a expressão genética na região do cérebro conhecida como hipocampo. O que revelou que os mais velhos, ao receberem o composto, apresentaram uma mudança nos padrões da expressão genética, deixando-os com padrões similares aos encontrados nos ratos mais novos que não receberam o composto. Já o contrário ocorreu com os ratos mais novos que receberam a substância. Esses ficaram com os padrões da expressão genética semelhante aos ratos mais velhos que não receberam a substância, determinou o estudo.
 
Redação O POVO Online

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