PUBLICIDADE
Notícias

Ortopedista alerta para importância da doação de tecido ósseo

15:39 | 06/07/2012
A Região Nordeste já conta com um Banco de Ossos. A primeira unidade, localizada em Recife, pertence ao Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira e tem como coordenador o ortopedista Cláudio de Oliveira Marques. Ele é o responsável por captar e preservar para enxerto futuro a cabeça do fêmur descartada de pessoas operadas ou daquelas que já morreram.

“Somos o primeiro banco fora do eixo Sul e Sudeste do Brasil, a ter um Banco de Ossos. Estamos ainda no início e não conseguimos captar tecido ósseo de um doador que já morreu, mas se a gente conseguir captar em dois pacientes apenas a cabeça do fêmur já dá para iniciar (o transplante)", disse o médico em entrevista nesta sexta-feira, 6, no programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

De acordo com o ortopedista, é preciso fazer um trabalho de convencimento das pessoas sobre esse tipo de doação, no caso de pessoas que já morreram, pois há dois aspectos importantes. Primeiro eles acham que o corpo vai ficar mutilado. “Isso não acontece a gente reconstitui os ossos com material adequado com pinos especiais para não ter prejuízo na hora de fazer o sepultamento”, explicou. O outro é que nas regiões Norte e Nordeste há uma cultura em que a família guarda as cinzas dos ossos e isso dificulta a doação.

Ele conta que nas duas primeiras chamadas atendidas pelo banco, as famílias doaram os órgãos, mas negaram a fornecer o tecido ósseo. “Então é preciso superar esse mito em nossa região para que futuramente possamos atender a outros estados”, disse o ortopedista. “Espero que as pessoas tenham consciência de que outras pessoas precisam de um transplante ósseo e ajudem”, completou.

Segundo ele, muitos pacientes dependem de transplante na parte do quadril. “Só no meu setor, já temos cadastradas mais de 200 pessoas que estão em cadeira de rodas”, relatou. O banco inicialmente vai atender apenas usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Mas também temos pretensão no futuro atender o setor privado.”

Marques conta ainda que existem outros bancos de ossos em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e no Paraná.

Agência Brasil

TAGS