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Médicos e farmacêuticas fazem acordo para frear influência de brindes e viagens

08:40 | 15/02/2012
Um acordo divulgado na terça-feira, 14, pretende disciplinar as relações entre médicos e indústria farmacêutica no País. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) assinaram um protocolo para diminuir a influência de brindes e viagens na conduta clínica dos profissionais de saúde.

Durante as discussões, o presidente do CFM, Roberto D’Ávila, chegou a defender a total proibição de que as empresas paguem viagens para os médicos. “Não tenho receio de admitir que mudei de opinião”, afirma D’Ávila. “Minha posição se identificou com a tendência mundial que não é proibir totalmente, mas buscar limites claros e critérios de transparência para a prática”.

Ele afirma também que o CFM não possui autoridade legal para impedir que os médicos aceitem as viagens. Na prática, a indústria assumiu o compromisso de não patrocinar eventos de lazer - como viagens acompanhadas pela família e congressos em cruzeiros. Também não distribuirá brindes sem relação com a área de saúde - como canetas e blocos de anotações - ou mais caros que um terço do salário mínimo.

“É consenso a conveniência do contato das equipes de pesquisa da indústria com a classe médica. Os conselhos médicos também precisam da ajuda financeira das farmacêuticas para organizar vários congressos”, afirma Antonio Britto, presidente executivo da Interfarma. “O que precisávamos garantir era uma relação transparente”.

O documento prevê que as empresas utilizem “critérios objetivos” para definir quais médicos devem ser convidados para os congressos. Britto admite que esses critérios ainda não estão claros e afirma que será criado um grupo de acompanhamento - com membros da indústria, do CFM, da Associação Médica Brasileira (AMB) e da vigilância sanitária - para aprimorar o acordo. D’Ávila defende que o auxílio das empresas seja voltado principalmente para congressos em vez de financiar viagens de médicos. “Dessa forma, você não personaliza o auxílio”, defende o presidente do CFM.
Agência Estado

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