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Governo muda calendário básico de vacinações

11:01 | 19/01/2012

O Ministério da Saúde anunciou na quarta-feira, 18, mudanças no calendário básico de vacinações, com a introdução de duas novas vacinas na rede pública para crianças a partir do segundo semestre deste ano. A vacina pentavalente dará imunidades contra cinco doenças (difteria, tétano, coqueluche, influenza e hepatite B) numa única dose, em vez das duas picadas administradas hoje. Já o combate à poliomielite ganhará a vacina injetável, que se alternará com a tradicional dose oral, popularizada pelo `Zé Gotinha'.

A tendência é que a vacina injetável substitua completamente no futuro a dose oral, que traz algum risco de contágio por usar vírus ativo de baixa intensidade. O ministro Alexandre Padilha explicou que nos últimos vinte anos houve 46 casos de paralisia flácida aguda associada à administração do vírus oral vacinal (VOP), sendo dois deles no ano passado. "O risco era muito pequeno e agora será de zero com o novo formato e a introdução do vírus inativado", disse ele.

O ministro explicou que a dose oral foi vital para o Brasil vencer o trauma da paralisia, que atingiu milhares de brasileiros até a década de 1980. Até a descoberta da vacina, conhecida como Sabin, o País registrava mais de dois mil casos anuais de paralisia infantil, que provocavam mortes ou danos irreversíveis nas crianças.

A dose oral não será logo extinta porque tem outras vantagens: o poder mobilizador do Zé Gotinha e o chamado efeito rebanho da vacina. Depois de expelido, o vírus fraco da vacina se combina com o selvagem na natureza e reduz o risco de contágio na comunidade. Por isso, segundo o ministro, as duas formas vão conviver até que a doença seja erradicada no mundo, por recomendação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

A poliomielite, que não ocorre no Brasil há 22 anos, ainda existe em 25 países e em quatro deles de forma endêmica (Índia, Paquistão, Nigéria e Afeganistão). Na prática, a picada a menos que as crianças terão com a vacina pentavalente será compensada com a picada a mais da dose injetável contra a pólio. Esta será administrada na criança aos dois e aos quatro meses de idade, quando é maior o risco de contágio da dose oral. Na terceira dose, aos seis meses e na de reforço, aos 15 meses, o Zé Gotinha entra em cena.

O secretário de Vigilância da Saúde, Jarbas Barbosa, explicou que até julho o calendário continua como está. Até lá o governo cuidará da logística de distribuição das vacinas e do treinamento das equipes. Em junho, a primeira etapa anual da campanha de vacinação será igual aos anos anteriores. Nessa data, toda criança menor de 5 anos deve ser levada ao posto para tomar as duas gotinhas da vacina de pólio.

Padilha assinou ontem acordo com três grandes instituições públicas - Fundação Oswaldo Cruz, do Rio; Instituto Butantã, de São Paulo e Fundação Ezequiel Dias, de Minas - para produção de três novas vacinas: contra HPV (papilomavírus humano), causador de câncer do colo do útero, contra a hepatite A e contra a varicela (catapora). O acordo prevê ainda desenvolvimento de tecnologia para produção da vacina heptavalente, que imunizará contra sete doenças de uma vez, em lugar das cinco atuais.

Agência Estado

 

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