Veja as "armas" de Evandro Leitão contra André Fernandes no 2º turno em Fortaleza
Evandro Leitão tentará reverter a vantagem de André Fernandes no primeiro turno para assim garantir uma vitória em 27 de outubroEvandro Leitão (PT) disputa o segundo turno das eleições em Fortaleza contra André Fernandes (PL). A candidatura petista terminou em segundo lugar no primeiro turno, com 34,33% dos votos, contra 40,2% do adversário, uma diferença de pouco mais de 82 mil votos.
Leitão é deputado estadual e está no segundo mandato como presidente da Assembleia Legislativa do Ceará. Iniciou a campanha ainda pouco conhecido do grande público, o que lhe reservava modesta percentagem de intenções de votos.
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Principalmente após o início do horário eleitoral no rádio e na TV, quando detinha mais de 50% do tempo reservado aos candidatos, Evandro pôde se apresentar, falar de projetos e, principalmente, posicionar-se como o candidato apoiado pelo governador Elmano de Freitas, pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, todos seus colegas de Partido dos Trabalhadores.
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Aos poucos, a estratégia surtiu efeito e Evandro começou a crescer nas pesquisas, culminando na votação recebida em 6 de outubro, que o garantiu no segundo turno da capital cearense. Mas quais são as "armas" do candidato para buscar a vitória na nova etapa da disputa?
Apadrinhamento político
Nas primeiras entrevistas após a votação do primeiro turno, Evandro destacou que as estratégias utilizadas até o momento, que o levaram de 4% nas intenções de voto a 34% nas urnas, foram acertadas. Isto é um claro indicativo de que não devem haver muitas mudanças na sequência da disputa.
Elmano, Camilo e Lula, principalmente os dois últimos, devem seguir fortemente presentes na campanha de Evandro. Lula vem novamente ao Ceará nos próximos dias, onde participa de atos de campanha de Leitão. Camilo, que até férias tirou durante os dias que antecederam o primeiro turno, é outro que não deixará de estar presente na propaganda do candidato petista.
Apontar fragilidades
Se na questão dos apoiadores não deve mudar muita coisa, a estratégia voltada ao adversário deverá, sim, ter grandes diferenças. Dos três principais adversários de Evandro Leitão no primeiro turno, foi em André onde houve o menor foco de ataques até aqui. Agora, em uma disputa apenas entre os dois, restará à candidatura petista apontar fragilidades do adversário.
As primeiras delas, bastante exploradas também por adversários, são a inexperiência de Fernandes e o fato de nunca ter administrado nada.
Outro fator que será muito explorado daqui para a frente é a proximidade do candidato do PL com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve a imagem poucas vezes utilizada na campanha de André. A intenção da campanha de Evandro é tornar a disputa cada vez mais um reflexo da polarização Lula x Bolsonaro, que tanto tem marcado a política nacional.
Embate de propostas
Evandro Leitão promete ainda fazer um embate comparativo de propostas apresentadas até aqui pelas candidaturas, sem deixar de explorar nuances de posicionamentos tomados pelo adversário ao longo dos últimos tempos.
O petista coloca-se contra o candidato do grupo que defende o programa Bolsa Família, assim como o Minha Casa Minha Vida, dentre outros projetos de âmbito nacional, apontando que André é crítico dos programas.
No que diz respeito às propostas apresentadas em campanha, Leitão deve seguir a linha de desconstrução do que propõe Fernandes. Nesse sentido, deverá seguir explorando o fato de que algumas propostas apresentadas pelo adversário podem ser consideradas inviáveis, por fugirem da esfera municipal, ou ainda não serem boas para a população.
Desmontar o personagem
Estratégia utilizada por José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil), é bastante provável que Evandro traga à tona novamente vídeos, postagens e notícias antigas de polêmicas e confusões em que o adversário esteve envolvido.
A ideia será não apenas relembrar posicionamentos políticos e ideológicos do candidato do PL, mas desconstruir a imagem de moderação que André tem passado desde o início da campanha. Os discursos inflamados nas Casas Legislativas deram lugar a uma fala mais serena e a um tom irônico na campanha e nos debates entre candidatos.
Evandro tentará passar ao eleitorado que não apenas é o candidato apoiado por grandes lideranças políticas, mas que também é quem está mais preparado para comandar a 4ª maior cidade brasileira nos próximos quatro anos.
Conquista de eleitores
Mostrar um lado mais radicalizado do opositor faz parte de uma estratégia para herdar votos que foram dados no prefeito José Sarto. Mesmo se o apoio formal do PDT não vier, o discurso de que é mais moderado do que o rival deve tentar fisgar esse público que não votou na direita no primeiro turno, mas não escolheu a candidatura petista
O aceno ao União Brasil para conseguir apoio tem o argumento do alinhamento no Governo Federal, mas mais do que um possível apoio no segundo turno, Evandro precisará conseguir parte dos eleitores da sigla. Para isso, deve focar em eleitores que não se dizem de direita e que não viam em André uma boa opção de voto, tanto que não migraram para ele quando a campanha de Wagner foi se esvaziando ao longo das últimas semanas.