Empreiteiro paga fiança de R$ 28,9 milhões para deixar prisão da Lava Jato
Orientado por seu advogado, o criminalista Aloísio Lacerda Medeiros, o empreiteiro apresentou-se à Polícia Federal em Curitiba na noite de 25 de novembro. A magistrada havia decretado sua prisão em regime temporário por cinco dias. Depois, converteu a temporária em preventiva - sem prazo para acabar -, mas fixou fiança de R$ 28,9 milhões para revogar o decreto.
César Mata Pires Filho é acusado de participar de suposto esquema de pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras e do Fundo Petros durante a construção da Torre Pituba, sede da estatal em Salvador, quando era vice-presidente da OAS. Parte das vantagens indevidas também teriam sido destinadas ao Diretório Nacional do PT, segundo o Ministério Público Federal.
O empresário foi ouvido pela Polícia Federal e negou atuação direta no contrato relativo à construção do empreendimento. Provas apresentadas pela Sem Fundos apontam que o empreiteiro "atuava diretamente na distribuição de vantagens ilícitas" e que tinha consciência de todo o volume de repasses ilegais feitos pela Área de Projetos Estruturados da OAS.
Após ser solto, César Mata Pires Filho terá que cumprir medidas cautelares, entre elas a entrega de passaporte e a proibição de manter contatos com investigados ou assumir cargos na OAS.
Defesa
Em nota, o criminalista Aloísio Lacerda Medeiros, defensor de César Mata Pires Filho, afirmou: "A fiança arbitrada pelo Juízo vincula a pessoa à investigação. A sua fixação demonstra que não era necessária a manutenção da prisão preventiva nesse caso. Com o depósito em Juízo foi expedido o competente alvará de soltura o que deverá ocorrer em breve."
Agência Estado
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