Doria avança para ter controle do PSDB
Derrotado na disputa presidencial, Alckmin sinalizou que não vai oferecer resistência ao avanço de Doria e deve deixar a presidência do PSDB em maio, quando será realizada uma convenção da legenda.
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Assine"O Geraldo continua tendo grandeza de alma, espírito elevado e desprendimento. O que faz dele merecedor de respeito e admiração", afirmou Doria.
O ex-governador foi eleito em dezembro de 2017 para presidir o PSDB. Aliados de Doria vinham defendendo que Alckmin deixasse o cargo sem completar os dois anos de mandato. À reportagem, porém, o ex-presidenciável tucano disse que, pelo estatuto, já havia previsão de se realizar a convenção em maio.
Em caráter reservado, o entorno de Doria já fala no nome do deputado federal Bruno Araújo (PE) como o mais cotado para presidir a legenda no lugar de Alckmin. "Doria é quem vai indicar o próximo presidente do PSDB", disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que é aliado do governador eleito.
A executiva do PSDB deve se reunir no próximo dia 22, em Brasília, para definir o calendário de convenções. A ideia é que nova cúpula do partido seja eleita no dia 31. Antes serão feitas a convenções municipais e estaduais.
Sobre a posição do PSDB em relação ao futuro governo Bolsonaro, Doria disse que o partido não vai fechar questão formalmente de apoio à nova administração. "Não é preciso frechar questão. Isso é passado. Fechamos questão em apoiar o Brasil", afirmou.
No almoço, Alckmin disse ao governador eleito que pretende dar aulas, palestras e voltar à medicina após deixar a presidência do partido.
A ofensiva de Doria sobre o PSDB começou logo após sua vitória no segundo turno, quando ele passou a pregar uma nova "correlação e forças" na sigla.
Governadores
Nesta quinta, os governadores tucanos eleitos esse ano - Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Reinado Azambuja, do Mato Grosso do Sul, participaram de uma entrevista coletiva no escritório de Doria na qual foram anunciados dois novos secretários do governo (mais informações nesta página).
O ato acabou se transformando em uma demonstração de força do governador eleito de São Paulo e reforçou a aproximação do PSDB com Bolsonaro. Em sua fala, Doria ressaltou que os três Estados somam 59 milhões de habitantes e 37% do PIB.
"Não se trata de fazer adesão ao governo Bolsonaro, mas de fazer adesão ao Brasil e às boas praticas. Não é neutralidade. Não seremos neutros. Vamos apoiar todas as iniciativas econômicas e institucionais que vierem ao encontro dos brasileiros, sobretudo os mais pobres e mais humildes", afirmou Doria.
Em sua fala, Leite abordou o que chamou de necessidade de atualização dos processos internos do PSDB e pediu mais "democracia" na sigla. "Não há espaço para desejos de protagonismo eleitoral que estejam acima da agenda do País", disse o governador eleito do Rio Grande do Sul.
A mensagem foi um recado claro à ala do PSDB que resiste ao alinhamento com Bolsonaro e prega que o partido vá para a oposição. Mais comedido, Azambuja afirmou que o PSDB "tem um compromisso" com o Brasil, que tem "pressa" em promover reformas estruturantes.
O trio de políticos tucanos unificou discurso para um encontro previsto para a semana que vem dos governadores eleitos com Bolsonaro.
Temer
Após o almoço com Alckmin, Doria se reuniu em São Paulo com o presidente Michel Temer e defendeu um esforço para a aprovação da reforma da Previdência. "A reforma da Previdência, mesmo que parcial, é importante para o futuro do Brasil e para os investidores externos", afirmou o governador eleito de São Paulo.
Em seguida, Doria recebeu em seu escritório o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A pauta do encontro também foi a reforma da Previdência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Agência Estado
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