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Temer critica propostas de revogar reformas e brinca com 'movimento' #FicaTemer

18:30 | Out. 16, 2018
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Tipo Notícia
O presidente Michel Temer (MDB) voltou a criticar propostas dos candidatos à Presidência do Brasil que pretendem revogar ações de seu governo, o qual definiu como "reformista". Em Curitiba na manhã desta terça-feira, 16, onde foi homenageado na Associação Comercial do Paraná, o emedebista reafirmou que seguirá com o plano de fazer caminhar a reforma da Previdência, caso haja concordância do futuro presidente.

"Depois da eleição, irei conversar com o presidente eleito. (...) Se ele estiver disposto a defender isso (a reforma da Previdência), vamos ao Congresso conversar, porque a reforma está formatada, está pronta para ser votada. (Podemos) levar adiante a reforma tributária. Quem sabe conseguimos fazê-la ainda neste ano. Imagine se conseguíssemos fazer a simplificação tributária e se pudéssemos fazer a reforma previdenciária? O meu governo é um governo reformista. Se conseguíssemos, seria extraordinário", discursou aos presentes.

O presidente foi tietado por uma plateia de cerca de cem pessoas, principalmente empresários e políticos, entre eles a governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), e o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN). Ele recebeu o título Cidadania da Associação Comercial do Paraná (ACP) e, posteriormente, falou de ações de seu governo por cerca de uma hora. Segundo a instituição, a honraria é concedida a "personalidades que se destacam na esfera pública ou empresarial pelo respeito à ética e à transparência".

Abordando as dificuldades que teve para fazer andar algumas reformas, como a trabalhista, Temer chegou a brincar com os presentes sobre o "movimento" #FicaTemer, que se espalhou no último mês pelas redes sociais, com a polarização da disputa presidencial. "Você vai num lugar qualquer, tem quatro, cinco, seis, dez, 40 que gritam fora Temer, mas eu ouço aquilo e penso: 'Que coisa boa, porque tem gente se manifestando'. Se bem que agora tem o fica Temer, que está correndo pela rede, não é?", disse o presidente, arrancando risos da plateia.

O presidente defendeu as principais reformas que concretizou à frente do governo, afirmando que a maioria delas transcorreu "sem traumas". Temer disse que, na próxima gestão, "não pode acontecer muita coisa". "Para mudar tudo que fizemos, primeiro, vai depender de emenda constitucional, que eu consegui aprovar no Congresso, e nós sabemos como é difícil aprovar uma emenda constitucional no Congresso. Segundo ponto: vai ter que desvalorizar valores que hoje já estão bem acolhidos pela sociedade brasileira", afirmou.

Temer voltou a criticar propostas de uma nova Constituinte ou de se derrubar as reformas implantadas nos últimos anos, principalmente a que estabelece o teto de gastos públicos. "Vejo com certa falta de responsabilidade institucional quando falam em eliminar o teto de gastos. Eliminar para quê? Para poder gastar à vontade? Para praticar atos populistas que levam o País como eu peguei, com um PIB negativo?", questionou. O candidato à Presidência pelo do PT, Fernando Haddad, tem repetido que irá revogar a medida.

O emedebista disse que tem pregado um clima de otimismo e pacificação no País. "Nada de brasileiro contra brasileiro, mas brasileiro com brasileiro, este sempre foi o nosso espírito (...) Sem democracia, não há caminho possível para as liberdades individuais e para o desenvolvimento do País", declarou. Temer também afirmou que a época de disputa eleitoral pode ser um bom momento para ajudar a "melhorar a cultura política" no Brasil.

"É interessante que há dois instantes nas campanhas eleitorais. Tem o momento político eleitoral, que é esse em que estamos vivendo, em que há teses controvertidas, contestações, há debates, que devem ser sempre de natureza argumentativa, nunca de natureza física, como muitas vezes acontece. Depois, você passa para outro momento, que é o momento político-administrativo, em que todos os brasileiros devem voltar-se para o bem comum do País", disse, afirmando que situação e oposição devem ajudar a governar o Brasil.

Agência Estado

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