O �Davi� que tirou a vaga de Jucá
Maranhense, Jesus foi deputado estadual por Roraima por cinco mandatos e presidente da Assembleia Legislativa do Estado por oito anos. É pai do deputado federal Jhonatan de Jesus (PRB-RR). Ele disse que não quer ser conhecido como o homem que derrotou Jucá, mas não perde a chance de atacá-lo.
Jesus chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto no Estado, mas a divulgação de um vídeo de campanha em que o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) pedia votos para o candidato Chico Rodrigues (DEM) acabou alavancando sua candidatura. Rodrigues, que era da mesma chapa de Jucá, terminou em primeiro na disputa, com 22,7% dos votos válidos. Jesus obteve 17,4%.
Ajuda. Durante a campanha, Jesus teve a ajuda do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, também filiado ao PRB, que passou duas semanas em campanha para seu correligionário.
A participação do ministro irritou Jucá. Na campanha, o emedebista repetia que "Roraima tem um ministro" e cobrava a instalação de indústrias no Estado. Jorge rebatia, dizendo que a insegurança no suprimento de energia elétrica afastava os investimentos da região.
Único Estado fora do sistema integrado de energia elétrica, Roraima depende da hidrelétrica de Guri, na Venezuela, e da geração térmica. Todos os dias ocorrem apagões no Estado.
Para entrar na rede, o Estado depende da construção de uma linha de transmissão entre Manaus e Boa Vista, que não saiu do papel porque o licenciamento ambiental não foi dado, pelo fato de um trecho de cerca de 100 quilômetros dela passar sobre terras de indígenas waimiri-atroari. O questionamento foi levantado pelo Ministério Público. Poderoso e próximo da cúpula do poder federal, Jucá foi apontado nas campanhas como o responsável pela falta da obra. Ele próprio atribuiu sua derrota, em parte, à ação do MP.
O novo senador é réu em pelo menos três ações resultantes da Operação Gafanhoto, que investigou mais de 40 pessoas suspeitas de incluir funcionários fantasmas na folha do Estado. Jesus disse que o caso foi armado por seus adversários políticos e que não há nenhum depoimento contra ele nos autos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Agência Estado
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