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Em debate no Paraná, candidatos protagonizam debate mais 'morno' da campanha

00:50 | Out. 03, 2018
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Os principais candidatos ao governo do Paraná protagonizaram nesta terça-feira, 2, o debate televisivo mais 'morno' da campanha eleitoral, na RPCTV, afiliada da Rede Globo no Estado. Nos poucos momentos de embate, Ratinho Junior (PSD), líder nas pesquisas, e Cida Borghetti (PP), segunda colocada, tiveram que se desvincular da imagem do ex-governador Beto Richa (PSDB), que ficou preso por quatro dias no mês passado, acusado de desvios na gestão.

Um dos pontos altos de debate se deu no enfrentamento entre ambos os candidatos. Cida questionou Ratinho sobre a proposta dele de cortar secretarias e 'mordomias' dos altos cargos do governo, acusando o adversário de ter pedido, enquanto era secretário de Estado, um carro de luxo para trabalhar. O ex-secretário afirmou que o veículo já fazia parte da frota da pasta que ocupou e aproveitou para acusar a governadora de criar novas secretarias.

Cida foi vice-governadora de Beto Richa e Ratinho fez parte do secretariado do ex-governador. Logo no início do programa, evitando ataques como os que ocorreram em outros debates na TV, ambos demonstraram táticas parecidas. Direcionando perguntas a concorrentes 'neutros', eles visaram um debate mais propositivo, evitando possíveis ligações com Richa.

Nos raros momentos em que conseguiram direcionar os ataques aos favoritos nas pesquisas, os principais adversários foram Piva (PSOL) e João Arruda (MDB). O candidato do PSOL citou, por exemplo, o episódio do 29 de abril de 2015, durante a gestão Richa, em que mais de 200 pessoas ficaram feridas enquanto protestavam em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo, na votação de um pacote de medidas de ajuste fiscal do governo. Ratinho ressaltou que, apesar de secretário à época, seu suplente na Assembleia Legislativa votou contra as medidas.

Ao contrário do que fez em outros debates, quando teve Ratinho como principal alvo, Arruda preferiu redirecionar a mira em Cida. Ele aparece em terceiro lugar nas pesquisas e tenta tirar da governadora uma eventual vaga no segundo turno. Porém, mesmo nas perguntas a outros adversários, o emedebista citou projetos 'mirabolantes' de Ratinho e reafirmou que representa a verdadeira oposição a Richa, ligando o tucano aos principais opositores.

Do mesmo partido de Michel Temer, o emedebista também teve que responder a questionamentos de Dr. Rosinha (PT) e Piva por ter votado a favor da PEC do Teto dos Gastos e contra as investigações que atingiam o presidente, além de ter se posicionado favoravelmente a reforma trabalhista. Arruda afirmou que foi contra as medidas, mas que acabou votando a favor porque o partido fechou questão e não havia como desrespeitar a decisão.

Já Rosinha e Ogier Buchi (PSL) tentaram nacionalizar as questões do debate, se ligando a seus correligionários. Já no início do programa, o candidato do PT saudou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso na capital paranaense desde abril. Durante vários momentos, ele citou que a gestão estadual é limitada e depende de mudanças em nível nacional, fazendo propaganda para seu companheiro de partido, o presidenciável Fernando Haddad.

Buchi, por sua vez, tentou se vincular à imagem de Jair Bolsonaro (PSL). Porém, por orientação do próprio presidenciável, que decidiu apoiar Ratinho Junior na disputa, a Executiva Estadual do PSL tenta barrar sua candidatura na Justiça. Ele chegou a ser impedido de participar do último debate televisivo, nas sexta-feira, 28, na RICTV-Record, por decisão da Justiça Eleitoral. Ele ainda se mantém candidato até julgamento de recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Agência Estado

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