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Lógica privada não deve prevalecer em estatais e bancos públicos, diz Pochmann

14:10 | Ago. 08, 2018
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O assessor econômico da campanha do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Márcio Pochmann, disse nesta quarta-feira, 8, que desde 2016 as empresas estatais e bancos públicos passaram a se comportar segundo a lógica das companhias privadas - que é a busca do lucro. Segundo ele, o programa do PT quer mudar a lógica de funcionamento das estatais e dos bancos públicos.

"Não temos nada contra o lucro, mas a Caixa Econômica Federal abandonou a sua função fundamental de financiar habitação e dar crédito para baixa renda. A Petrobras tem papel fundamental na política de industrialização e conteúdo local", afirmou, em debate promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (Abde).

O assessor econômico da campanha de Henrique Meirelles (MDB), José Márcio Camargo, citou que os cinco maiores bancos do Brasil detêm quase a totalidade do mercado de crédito, sendo que 60% desse mercado está nas mãos dos bancos estatais.

"Forçar os bancos públicos a reduzirem os juros em governo passados foi um desastre, porque essas instituições ficaram com os piores tomadores de crédito", afirmou.

Segundo ele, as fintechs podem ser usadas como alternativa para aumentar a competição no mercado bancário e levar à redução das taxas de juros. "Outra estratégia pode ser tentar dividir os bancos públicos em três ou quatro bancos para pulverizar esses recursos no mercado", completou.

O coordenador do programa de governo de Ciro Gomes (PDT), Nelson Marconi, considerou que o fato de não ter dado certo o uso dos bancos públicos para aumentar o mercado de crédito e reduzir os juros no passado não significa que as instituições não possam ser usadas para esse estímulo.

"O insucesso no uso de bancos públicos para reduzir juros é porque conjuntura não favoreceu à época. Isso não significa que eles têm que atuar agora como bancos privados. Banco público precisa ter rentabilidade, mas não pode integrar cartel de juro alto", afirmou ele.

O assessor econômico da campanha de Marina Silva (Rede), Eduardo Bandeira de Mello, repetiu que o BNDES e os bancos de fomento precisam ter fontes de financiamento adequados, independentemente do uso da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ou da Taxa de Longo Prazo (TLP) nos financiamentos. "No governo Marina o BNDES terá fonte de financiamento adequada para atender a sua finalidade", afirmou.

Agência Estado

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