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Partidos aguardam alianças ao governo do RS para fechar os candidatos ao Senado

15:20 | Jun. 04, 2018
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O cenário ainda incerto em torno da formação das chapas para o governo do Rio Grande do Sul reflete-se na indefinição dos nomes que vão concorrer às duas cadeiras para o Senado pelo Estado. Por enquanto, somente estão confirmados pelos seus respectivos partidos os dois atuais senadores gaúchos Paulo Paim (PT) e Ana Amélia (PR), que tentarão a reeleição.

Outros partidos lançaram cinco nomes para o Senado, mas ainda sem bater o martelo - as duas vagas têm sido usadas como moeda de troca para formar alianças na disputa pelo governo do Estado.

O MDB, do governador José Ivo Sartori, indica que Germano Rigotto, ex-governador do Estado, poderá ser o nome da sigla para o Senado. Segundo o presidente estadual do partido, o deputado federal Alceu Moreira, Rigotto possui apoio de grande parte dos prefeitos e vereadores do MDB gaúcho e é o "candidato natural". O quadro, entretanto, está indefinido, segundo Moreira, para não atrapalhar as negociações com outros partidos para formação da chapa de Sartori, que poderá concorrer à reeleição.

Uma dessas "portas abertas" é com o PSB. O partido e o MDB são aliados na administração Sartori. De acordo com Moreira, a segunda vaga ao Senado na chapa do MDB estaria destinada a um pessebista. "Em princípio, se o PSB confirma a parceria conosco, será o Beto Albuquerque", afirmou. Um entrave, contudo, é que outro pessebista, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunati, também quer disputar uma vaga no Senado. Ele trocou o PDT pelo PSB este ano justamente com este objetivo.

O partido ainda não definiu qual será o apoio para uma eventual candidatura à reeleição de Sartori nem se terá mesmo dois candidatos aos Senado. A reunião que estabeleceria os caminhos da sigla para as eleições ocorreria em 27 de maio, mas foi cancelada devido à greve dos caminhoneiros.

"As candidaturas de Albuquerque e Fortunati dependem muito do partido, de qual coligação vai ser feita", afirmou o cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Aragon Dasso Júnior. Segundo o analista, ainda há correntes no PSB que defendem lançar candidatura própria ao Piratini, em vez de fechar aliança com um outro partido, para garantir dois candidatos da legenda ao Senado.

Dos principais partidos que possuem candidatos ao Piratini, o PSDB e o PDT ainda indicaram oficialmente nomes para o Senado e estão trabalhando em alianças para compor a chapa. O presidente estadual do PDT, o deputado federal Pompeo de Mattos, afirmou que a vaga ao Senado está colocada na mesa como elemento de troca. "Está disponível para negociação. Podemos ter candidato, bem como compor com outros partidos", disse.

Para a constituição da chapa de Jairo Jorge ao governo gaúcho, o PDT aguarda as alianças serem feitas para a candidatura de Ciro Gomes ao Planalto. "Temos esperança com PSB por causa de um acordo nacional que pode acontecer", afirmou Pompeo de Mattos. Já o PSDB afirmou que ainda não tem nada definido com relação ao Senado.

"Temos três candidaturas claras (Ana Amélia, Paim e Rigotto) e as duas do PSB. Mas, no momento, não consigo enxergar elementos novos", analisou Dasso Júnior. As novidades, segundo o cientista político, podem surgir do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior (PDT), e do vice-governador do Estado, José Paulo Cairoli (PSD), que já tiveram suas candidaturas ao Senado ventiladas.

Nenhum movimento concreto, porém, ocorreu até o agora. Cairoli deverá compor novamente a chapa de Sartori para o governo do Estado. "Não vejo motivo para mudar o vice-governador", afirmou Alceu Moreira.

Com relação a Bolzan, a candidatura passa por uma escolha pessoal. Segundo Pompeo de Mattos, Romildo estaria focado em trabalhar pelo Grêmio e reiterou que não quer se candidatar. O presidente do PDT, contudo, deixou as portas abertas, dizendo que Bolzan "não está inelegível", caso queira concorrer.

Agência Estado

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