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Cunha não cogitou até agora fazer delação, diz advogado a TV

17:12 | 04/03/2017
O advogado do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em Curitiba (PR), Marlus Arns, afirmou em entrevista à TV Bandeirantes que o político não cogitou até agora fazer um acordo de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Cunha está preso preventivamente na capital paranaense desde outubro de 2016.

Arns disse, entretanto, que Cunha conhece o instrumento e que não há cliente hoje na advocacia criminal que não cogite a hipótese de delação, ferramenta defendida por ele como legítima. "Se a colaboração premiada for uma saída para o cliente não ser preso ou cumprir uma pena menor, por que não utilizar?".

O advogado afirmou que o processo de Cunha em Curitiba "caminha bem" e que as provas levantadas até o momento são "muito favoráveis" ao cliente. Sobre um dos fatos que o político é acusado, envolvendo a indicação de um diretor da Petrobras em troca de vantagens, o advogado disse que as provas produzidas indicam que a nomeação não partiu dele, mas do PMDB mineiro. Sobre a participação de Cunha em um truste, o advogado sustenta que os fatos comprovam a licitude dos valores depositados a favor do ex-deputado.

Arns também falou que há outras investigações embrionárias que têm o peemedebista como alvo e que há menções dele nas delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Sobre o fim da Lava Jato, o advogado opinou que os julgamentos da operação podem acabar daqui a oito ou dez anos no Supremo Tribunal Federal (STF) e que a tendência é de condenação dos réus, considerando as características da Justiça Federal e da manutenção das decisões nas instâncias superiores.

O advogado reconheceu que a defesa de Cunha e de outros investigados na Lava Jato é um "papel complicado" e que busca resultados positivos para os clientes, mesmo que isso não signifique uma absolvição, mas, uma pena menor.

Além de o Supremo negar os pedidos de liberdade feitos pela defesa de Cunha, o advogado argumenta que o STF errou ao autorizar a prisão após a condenação em segunda instância e que muitos acusados continuarão presos sem serem julgados. "Aqueles que estão presos preventivamente terão, a meu ver, cada vez mais dificuldade de serem soltos e cada vez mais dificuldade de não cumprirem a pena presos", afirmou.

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