Comissão de Ética diz que manterá processo
Segundo Menezes, Geddel ainda não entregou a sua defesa à comissão. O prazo termina no dia 1.º de dezembro. A comissão decidiu nesta semana, por unanimidade, avaliar a conduta de Geddel, após denúncias do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de que o ministro baiano o teria pressionado para liberar uma obra de um empreendimento em Salvador onde Geddel diz ter um apartamento. A infração ética no caso seria de conflito de interesses, ao misturar ações públicas com interesses privados.
Menezes disse ainda que é prerrogativa de qualquer autoridade pedir demissão e que isso não constitui ter havido por parte do ministro um desvio ético. "Mas o processo tem continuidade e permanece sob exame estando a autoridade no cargo ou não."
Questionado sobre o suposto envolvimento do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do presidente Michel Temer no episódio e se as eventuais gravações das conversas de Calero com os ministros e com o presidente não poderiam culminar na abertura de outros processos, Menezes explicou que a comissão não tem competência para intimar presidentes e vice-presidentes da República e que no caso de Padilha ainda não há uma definição.
"Não existe sinalização de que venhamos abrir processo contra outra autoridade citada", disse Menezes. Ele informou ainda que a Comissão remarcou sua próxima reunião do dia 14 para o dia 15 e com os desdobramentos dos fatos nos próximos dias pode ser discutido eventuais novos procedimentos.
Dispensa. Menezes disse ainda que a comissão entendeu que não será preciso mais que Calero preste esclarecimentos já que o ex-ministro fez depoimentos às autoridades competentes, como a Polícia Federal. "Depoimento integral veio a público pela imprensa e não foi contestado", disse o presidente. "A comissão entendeu que não fazia sentido prorrogar o processo intimando Calero", completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.