Valdemar diz ter maioria para aprovar anistia e cita apoios de PP, União e PSD

Presidente nacional do PL discursou em ato no 7 de setembro, em São Paulo, e afirmou que não há "plano B" para 2026 e que a sigla trabalha por uma eventual candidatura de Bolsonaro à Presidência da República. Apesar disso, o ex-presidente está inelegível atualmente

16:09 | Set. 07, 2025

Por: Vítor Magalhães
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirma que tem maioria para aprovar anistia e cita apoios de PP, PSD e União Brasil no Congresso (foto: Reprodução / Youtube Silas Malafaia Oficial)

Durante ato a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo, 7 de setembro, em São Paulo, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, declarou que tem maioria para aprovar a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes em Brasília.

Valdemar discursou em palco montado na Avenida Paulista. Abraçado com uma almofada com a foto de Bolsonaro, falou em anistiar os envolvidos no 8 de janeiro e citou partidos que estariam juntos com o PL para pautar e votar a anistia no Congresso: PP, União Brasil e PSD. Todos os partidos têm ou já tiveram ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Recentemente, a federação entre União e PP determinou que filiados devem deixar os cargos no governo Lula.

"Vamos aprovar a anistia. Quero dizer que estaremos juntos. PP, União Brasil e PSD estão juntos com o PL. Temos maioria para aprovar a anistia. E quero vocês cobrando isso sempre. Vocês são a nossa força, a maior força que um homem já teve no Brasil, Jair Messias Bolsonaro", declarou o presidente do PL.

Valdemar também repetiu que não há "plano B" para 2026 e que a sigla trabalha por uma eventual candidatura de Bolsonaro à Presidência da República. O ex-presidente está inelegível atualmente e não poderia disputar uma nova eleição no ano que vem.

A vereadora de Fortaleza, Priscila Costa (PL) está presente no ato em São Paulo e discursou por um breve momento no ato da capital paulista. No discurso ela defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro, exaltou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e pediu anistia para aliados do ex-presidente.

"Estamos aqui para dizer que continuamos crendo nesse Deus que tem ouvido o clamor da nação por justiça (...) Eles tentaram derrubar Jair Messias Bolsonaro, um Brasil que estava com medo bateu no peito ,se levantou e veio para as ruas. Tentaram derrubar a voz de Bolsonaro, mas está se levantando a voz de uma mulher chamada Michelle Bolsonaro, a maior liderança feminina desse país", declarou a parlamentar de Fortaleza.

Projeto de Anistia

Após meses de movimentação, o projeto de lei de anistia deverá ser pautado na Câmara dos Deputados, mas em uma versão que não contempla o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), bateu o martelo sobre o avanço da pauta, mas o texto preverá anistia apenas para os condenados pelos atos do 8 de janeiro, e não um perdão amplo e irrestrito, como defende o PL. O bastidor é do correspondente do O POVO em Brasília, João Paulo Biage.

A decisão de Motta foi tomada após conversas com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que descartou a possibilidade de colocar em votação o projeto da oposição bolsonarista. Há semanas, Alcolumbre mencionava a possibilidade de votar um projeto alternativo relacionado à dosimetria das penas, e não ao perdão de crimes. Ou seja, existe a possibilidade de reduzir o período de prisão de alguns dos envolvidos nos atos do 8 de janeiro. Nessa versão, não há anistia para Bolsonaro, como pretendia o projeto encabeçado pelo PL.