Deputado revela possível localização de Carla Zambelli na Itália

Deputado revela possível localização de Carla Zambelli na Itália

Angelo Bonelli afirma que serviço secreto italiano sabe onde está Zambelli e alerta que apoio da ultradireita pode protegê-la da Justiça brasileira

Angelo Bonelli, deputado italiano que pediu a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL) do país, disse que o serviço secreto italiano sabe a localização da parlamentar brasileira. Mas segundo ele, a relação de Zambelli com políticos da ultradireita italiana pode livrá-la da prisão e da extradição.

“Eu tenho informação reservada de que ela chegou nesta manhã no aeroporto de Fiumicino (Roma). A polícia diz que não sabe onde ela está, mas o serviço secreto sabe. E a informação reservada que tenho é de que ela estaria na região do Veneto, no norte da Itália”, disse o parlamentar italiano à CNN.

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No tabuleiro político interno da Itália, Bonelli faz oposição à primeira-ministra Giorgia Meloni. Ainda segundo o deputado, a relação de proximidade do partido do vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, pode ajudar a fugir das obrigações com a justiça brasileira.

“Mas isso pode não acontecer devido à relação política dela com o partido de Matteo Salvini, que controla o Ministério do Interior e é um partido amigo da família Bolsonaro”, destacou o deputado.

O partido de Salvini é de extrema-direita e um dos sustentáculos da base governista de Meloni no parlamento nacional.

Acusações contra Zambelli

Zambelli foi condenada no Brasil por uma série de crimes relacionados a sua atuação política, especialmente durante e após o processo eleitoral de 2022. A parlamentar responde por porte ilegal de arma de fogo, incitação ao crime e constrangimento ilegal com uso de arma, após um episódio em que sacou uma pistola e perseguiu um homem negro pelas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais.

Além disso, ela também é investigada por envolvimento em articulações golpistas e disseminação de notícias falsas contra o sistema eleitoral brasileiro, o que a colocou no centro de inquéritos conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) chegou a afirmar que Zambelli agiu com o objetivo de desestabilizar o processo democrático e instigar atos antidemocráticos.

A condenação mais recente, que motiva o pedido de extradição, envolve o descumprimento de medidas cautelares e tentativas de obstrução da Justiça. Diante disso, o STF determinou a apreensão de seu passaporte, mas Zambelli deixou o país antes da notificação oficial, o que gerou o alerta internacional.
Entre os episódios mais graves atribuídos à parlamentar está a tentativa de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com as investigações, Zambelli contratou um hacker para invadir a base de dados do Judiciário, com o objetivo de obter informações sigilosas e desestabilizar a credibilidade das instituições. A ação foi considerada de extrema gravidade pelo ministro Alexandre de Moraes, que apontou risco concreto à segurança institucional do país.

O hacker Delgatti Neto, já preso em outras operações envolvendo crimes cibernéticos, afirmou em depoimento que Zambelli o orientou a plantar informações falsas e acessar ilegalmente sistemas do CNJ.
O caso está em fase avançada de apuração no STF e pode levar a novas penas, somando-se aos processos já existentes contra a parlamentar. A tentativa de manipular estruturas do Judiciário é vista como um atentado direto ao Estado de Direito e pode pesar significativamente nos pedidos de cooperação internacional feitos pelo Brasil.

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