Em recado a Luzianne, líder do PT lembra que partido já elegeu nomes que migraram para a sigla
Com quatro pré-candidatos à disposição, Evandro Leitão pode se somar ao grupo pela disputa à Prefeitura de Fortaleza
O líder do bloco do PT na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), deputado estadual De Assis Diniz, lembrou que a sigla petista já elegeu duas candidatas que migraram de outros partidos. Na ocasião, o parlamentar citou a ex-presidente Dilma Rousseff, vinda do PDT, e a ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenele, do MDB.
"Se cria algumas artificialidades para justificar posições. Dizer que: 'Ah, veio para...' Bobagem! Um partido como nosso não é mais aquele partido dos anos 80 que eu comecei a militar. O que nós nos referendávamos naquele momento hoje é completamente diferente, o modelo de organização, de estrutura".
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A declaração faz referência à fala da deputada federal Luizianne Lins, que também é pré-candidata à Prefeitura de Fortaleza pelo PT, sobre a possível candidatura de Evandro Leitão (de saída do PDT) pela legenda petista. "O PT já tem quatro pré candidatos (as): Luizianne, Guilherme, Larissa e Artur Bruno. Ele vindo, teremos cinco pré-candidatos (as). O PT não tem essa cultura partidária da pessoa se filiar só pra ser candidato (a). Temos um partido de verdade, não um partido de aluguel", complementou a ex-prefeita em entrevista ao O POVO.
Leia mais
Ainda de acordo com Diniz, houve uma reformulação nas estratégias adotadas pelo partido. "Nós não somos um partido de quadro. Aliás, o segundo congresso do PT definiu que nós não éramos partido de quadro, seríamos um partido de massa. Essa definição de estratégia, do modelo de organização do PT, que é um partido vocacionado ao poder e nós não podemos, no horizonte, secundarizar a disputa".
Visando às eleições majoritárias de 2024, o parlamentar acredita ser necessário firmar bases alinhadas ao governo estadual, principal interessado no pleito. "Nós temos uma candidatura forte no campo da direita, nós temos uma candidatura forte na gestão e nós precisamos ter uma candidatura competitiva e forte que aglutine e que tenha uma base social concatenada com o palanque eleitoral de 2022".
Siga o canal de Política do O POVO no WhatsApp
Apesar de o partido ter poder decisório sobre o lançamento de candidaturas, De Assis acredita que o principal responsável por essa escolha tem de ser o governador do Ceará, Elmano de Freitas. "O responsável por essa decisão, eu digo responsável, embora formalmente o partido tem a sua capacidade decisória, mas é o governador que tem que decidir".
"Agora, as consequências de uma vitória podem dar a tranquilidade para que o Elmano vá para uma sucessão sem sobressalto. Uma derrota pode ter outro resultado. Então, como ele é elemento direto, que impacta na decisão, eu julgo que essa é a decisão que tem que ter a mão dele. Evidentemente, é também uma decisão que precisa ouvir [o ministro da Educação] Camilo [Santana], [o presidente] Lula, [e o líder de governo na Câmara, José] Guimarães, além de ter que ouvir os nossos pré-candidatos".
Leia mais
PT de Fortaleza
Segundo o presidente do PT de Fortaleza, deputado estadual em exercício Guilherme Sampaio, ainda não houve discussão a respeito da "eventual pré-candidatura" do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão (de saída do PDT).
"Sem dúvidas, tê-lo no PT é ter um nome que é uma alternativa para todos os cargos relevantes que o PT venha a disputar, inclusive a Prefeitura de Fortaleza. No que diz respeito à condução desse processo, ele segue como nós já deliberamos. Nós temos até o final de março para fazer um esforço muito grande em torno de um diálogo que busque consensos progressivos".
O dirigente reafirma que a estratégia é alinhar o nome aos interesses do Executivo estadual. "O que nós estamos fazendo agora, e vamos continuar fazendo com ou sem o nome do deputado Evandro à disposição, é exercitar o bom diálogo entre nós e fazer uma análise mais refinada da conjuntura, considerar que a nossa tática inclui construir a unidade dos partidos da Federação e dos partidos da base do governador Elmano".
Leia mais
Caso não haja consenso na decisão sobre o candidato do PT ao Paço de Fortaleza, o partido seguirá resolução definida pela Executiva nacional que dá três opções. Conforme Sampaio, “seguindo estatuto da legenda petista".
"Essa deliberação pode ser feita por um encontro municipal, em que se elege delegados e eles fazem o debate político e ao final deliberam; pode ser feita através de prévias; pode ser feita de acordo com o que disser a direção nacional - aí quem define é a direção nacional a partir de uma deliberação do diretório, desde que haja dois terços de votos a favor de determinada tese/posição. Nesse caso, essa deliberação com essa característica pelo diretório depende do aval da direção nacional".