"Enquanto eu for presidente, não tem GLO", diz Lula sobre crise no Rio

Presidente da República afirmou ainda que não quer "Forças Armadas na favela brigando com bandido"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, 27, que não decretará GLO (Garantia de Lei e da Ordem) em seu governo. Além disso, afirmou que não é papel das Forças Armadas o combate direto ao crime organizado nas favelas.

“Eu não quero as Forças Armadas na favela brigando com bandido, não é esse o papel das Forças Armadas, e enquanto eu for presidente, não tem GLO”, disse em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. 

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Em casos de GLO, os militares das Forças Armadas são enviados pelo presidente da República para atuar diretamente na segurança dos estados. A ação deve ser por um período limitado e em uma área restrita.

O GLO já foi acionado pela república em operações de pacificação no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Espírito Santo, além de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014.

Devido à crise de segurança pública no Rio de Janeiro, após o episódio de 35 ônibus incendiados em resposta à morte de um miliciano, entrou novamente em debate a possibilidade de uso da força federal na capital do Estado.

O presidente Lula afirmou que teve reunião com os comandantes das Forças Armadas e com o ministro da Defesa, José Múcio, e que pretende enviar reforços federais para o Rio. No entanto, a atuação da Aeronáutica e da Marinha estaria restrita aos aeroportos e portos. O governo federal já enviou a Força Nacional para a cidade.

“Determinei que a Aeronáutica pode reforçar o policiamento dos aeroportos. E a Marinha pode reforçar o policiamento dos portos brasileiros. Porque nos aeroportos a droga e as coisas que são contrabandeadas são quilos, nos navios são em toneladas, ou seja, são contêineres de 30, 40 toneladas. É preciso que a Marinha tenha essa disposição. Foi feito um acordo com o ministro da Justiça, com o ministro da Defesa e com o governo do Estado. Nós vamos ajudar”, comentou o presidente.

Uma possível intervenção federal na cidade foi descartada pelo governador do estado, Cláudio Castro (PL), e pelo secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.

Na quarta-feira, 25, Cláudio Castro viajou para Brasília e conversou com parlamentares, entre eles o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, para solicitar reforços das Forças Armadas nos portos, aeroportos e nas rodovias. O governador também apresentou propostas sobre segurança pública.

"Pedi que a Marinha reforce o patrulhamento nos portos, Exército nas rodovias federais e aeronáutica nos aeroportos. Com isso, não precisa de GLO”, comentou Castro.

O presidente Lula também afirmou que a Polícia Federal está ajudando na investigação dos casos de ataque no Rio, mas que não será feita uma intervenção direta na força de segurança da cidade.

“A Polícia Federal tem que ajudar, está investindo em inteligência, detectando as pessoas e prendendo as pessoas, mas a gente não vai fazer nenhuma intervenção, como já foi feita há pouco tempo, em que se gastou uma fortuna”, comentou.

Ainda sobre as Forças Armadas, o presidente defende que o papel da instituição nacional é de cuidar da segurança do país, assim como defender a nação de possíveis inimigos externos.

O presidente também comentou sobre o 8 de janeiro, e afirmou que o governo está trabalhando para melhorar a imagem dos militares na sociedade.

“O que aconteceu recentemente com o 8 de janeiro? Foi um desvio pela existência de um governante que sabia fazer tudo, menos governar, que achava que poderia utilizar as instituições como instrumento dele para fazer política que não tinha nada de republicano na cabeça dele”, finalizou.

 

 

 

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