Bolsonaristas criticam decisão do governo Lula de retirar Brasil da aliança antiaborto
Presidente decidiu retirar assinatura de declaração que promovia limitações nos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirou o Brasil da Declaração do Consenso de Genebra, formada por 30 países ultraconservadores que são contra o aborto.
Pelas redes sociais, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à decisão do atual mandatário. Entre as postagens, os perfis repudiam a decisão e se mostram contra o aborto no país.
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Durante a campanha, Lula afirmou ser "pessoalmente contra o aborto", escreveu até uma carta de compromisso com os evangélicos.
Agora Lula se declara A FAVOR e retirou o BR do Consenso de Genebra, uma aliança de países contra o aborto e a favor do fortalecimento da família.
Outro ponto discutido pelos bolsonaristas é a possível mudança de posicionamento de Lula sobre a problemática. Durante a campanha eleitoral, o petista afirmou ser contra o aborto e os opositores utilizam essa fala para apontar contradição do presidente.
Apesar de se mostrar contra a prática, Lula considera que a temática é questão de saúde pública. Em uma entrevista dada à Rádio Jangadeiro em abril do ano passado, o presidente chegou a afirmar que mulheres com bom poder aquisitivo realizam o procedimento no exterior e ressaltou a necessidade do Estado assistir mulheres mais pobres.
Políticos, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL) e Damares Alves (Republicanos), marcados por defenderem pautas conservadoras e evangélicas, também falaram sobre a saída do Brasil do grupo.
+ um retrocesso! O gov Lula retira da aliança internacional contra o aborto, uma linha d defesa importante pró-vida, formada por países q lutavam por uma saúde melhor p/ as mulheres, pela preservação da vida e colocava a família como parte fundamental d uma sociedade saudável pic.twitter.com/sHfvQeMyhX
— Flavio Bolsonaro #B22 (@FlavioBolsonaro) January 17, 2023
O país entrou na aliança em 2020, após decisão de Bolsonaro, que foi representado por Damares, na época ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
— Damares Alves (@DamaresAlves) January 17, 2023
O Governo Federal justificou a saída da aliança por considerar que "o documento contém entendimento limitativo dos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família", além de analisar que a declaração poderia "comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre matéria", incluindo os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).