Fala de Lula na "Time" sobre guerra na Ucrânia repercute no exterior
As declarações do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra na Ucrânia publicadas pela revista americana Time ganharam destaque em veículos estrangeiros nesta quarta-feira, 4. Imprensa da Inglaterra, Estados Unidos, Portugal e França citaram as críticas do petista ao presidente ucraniano Volodmir Zelensky, que acusou o líder de ser "tão responsável quanto (Vladimir) Putin" pelo conflito. Na entrevista à Time, concedida no final de março e publicada nesta quarta, o petista responsabilizou também a União Europeia e os Estados Unidos pela guerra em curso.
O jornal britânico The Guardian afirmou que a declaração colocou Lula "em desacordo com as potências ocidentais" e ressaltou trecho da entrevista em que o petista critica as vezes em que Zelensky foi aplaudido de pé em parlamentos europeus.
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O site de notícias Bloomberg citou a opinião do petista sobre o presidente americano Joe Biden. Lula disse que o democrata deveria ter ido à Rússia negociar antes da eclosão da guerra.
A posição antagônica aos Estados Unidos também foi salientada pelo jornal francês Le Monde. "Desde o início da guerra na Ucrânia, a esquerda brasileira assumiu uma posição ambígua, condenando a invasão russa e responsabilizando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)", escreveu o veículo, alegando que tais posições de políticos que lutam contra a extrema direita "podem ser uma surpresa". A publicação também argumentou que uma das pedras angulares da esquerda brasileira é o anti-imperialismo: "Uma mistura de antiamericanismo radical e suposto terceiro-mundismo", escreveu.
Em Portugal, o jornal Público acentuou o trecho em que Lula diz que Zelensky "quis a guerra" por não ter "negociado um pouco mais" antes do conflito.