Doria retira material sobre higiene do pênis após queixa de deputado: "afronta aos costumes da família"
O material foi retirado logo após o deputado evangélico Tenente Nascimento (PSL) apresentar moção de repúdio ao material na Assembleia Legislativa de São Paulo
A gestão do governador João Doria (PSDB) retirou das estações de metrô de São Paulo totens que tratavam da importância da higienização do pênis para a saúde. Chamada de “Lave o Dito Cujo”, a campanha é realizada pelo Instituto Lado a Lado por ocasião do Novembro Azul, mês mundial de combate ao câncer de próstata.
O Brasil é um dos países com maior incidência de câncer de pênis no mundo. A doença tem uma grande prevalência em populações desassistidas, muitas vezes associadas a baixo nível de escolaridade, serviços precários de saneamento básico e pouco acesso a sistema de saúde eficiente.
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O material foi retirado logo após o deputado Tenente Nascimento (PSL) apresentar moção de repúdio ao material na Assembleia Legislativa de São Paulo. O religioso apontou afronta à família cristã. Em nota, o governo fala que a campanha não condiz com suas diretrizes e não atende ao objetivo do Novembro Azul.
O parlamentar afirmou ter entrado em contato com a Secretaria de Comunicação e com a presidência do Metrô na tarde desta quinta-feira, 18, e que ambas se comprometeram a retirar o material, o que ocorreria horas depois. Os totens, que estavam em diversas estações pela cidade, mostravam 40 ilustrações relacionadas ao pênis e continham a mensagem “a higienização correta pode salvar a sua vida”.
Nascimento, que é evangélico, alega que foi informado da campanha por um pastor que passou pela estação Vila Mariana do metrô. “[A exposição do material na estação] é inadmissível sob a ótica cultural, educacional, social e religiosa, pois é uma afronta aos costumes e tradição da família brasileira”, diz a moção do parlamentar.
“O cartaz é uma afronta. Os desenhos que lá estão são de baixo nível para estar em uma exposição pública. Nem em um museu você vai passar por isso. Passam crianças e todo mundo. Foi uma afronta à família cristã, ou melhor, ao povo. Não é uma questão de religião ou de ideologia”, afirma Nascimento. “Solicitei a retirada e fui prontamente atendido. E pedi também apuração dos responsáveis”, completa.
A mortalidade por câncer de pênis no Brasil se manteve praticamente inalterada entre 2008 e 2018, segundo levantamento do hospital A.C. Camargo Câncer Center. A média anual é de 400 óbitos. As biópsias utilizadas para o diagnóstico da doença, no entanto, diminuíram, dificultando o sucesso do tratamento.
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