Capitão Wagner critica adoção do "distritão" no sistema eleitoral

Parlamentar se posicionou contra a aprovação do sistema eleitoral e defendeu que modelo não contribui para o surgimento de novas lideranças

O deputado federal Capitão Wagner (Pros-CE) manifestou nesta sexta-feira, 6, contrariedade à aprovação do chamado “Distritão” como sistema para a eleição de deputados federais e estaduais nas eleições de 2022. Durante a reunião da comissão especial que analisa as mudanças nas regras eleitorais (PEC 125/11), o líder do bloco PROS, PSC e PTB  defendeu que o modelo de sistema eleitoral não contribui para o surgimento de novas lideranças.

A Câmara dos Deputados adiou para esta sexta a retomada da discussão da PEC 125/11 que impõe a adoção do voto majoritário para a escolha de deputados federais, estaduais e vereadores, o chamado distritão puro. Uma reunião para analisar a matéria chegou a ser convocada para esta quinta-feira, 5, mas foi adiada devido a impasse sobre a votação. Em razão da polêmica, a comissão especial que analisa o tema tem três reuniões marcadas para analisar a matéria. 

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Segundo Wagner, a discussão é "repentina, quando diversos outros temas estão sendo discutidos e são de interesse da população". O deputado destaca haver mais urgência para discussões de outras pautas, como a reforma tributária, a reforma administrativa e as relacionadas com a pandemia da Covid-19. "Nosso posicionamento é contrário a aprovação do distritão desta forma. É preciso mais debate”, avalia. 

O distritão puro prevê a eleição dos candidatos que obtiverem mais votos no pleito, sem levar em conta os votos dados aos partidos, como acontece no atual sistema proporcional.

A proposta original, de autoria do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), previa apenas o adiamento das eleições em datas próximas a feriados. A justificativa é que a realização de eleições em datas muito próximas de feriados pode contribuir para maior abstenção dos eleitores. O texto, contudo, foi alterado pela relatora, Renata Abreu (Podemos-SP) para propor o novo regramento já para as próximas eleições.

Ao apresentar o parecer sobre mudanças nas regras eleitorais, a relatora já havia previsto a falta de acordo em torno do "distritão". “Tentei ao máximo um acordo, inclusive com o 'distritão' misto, para ver se tinha um meio termo entre tudo, mas, de fato, esse é um cenário que está igual a futebol: cada um tem o seu time e vai ter que ir para a democracia, vai ter que ir para o voto”, disse a deputada.


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