CPI da Covid avalia pedido de quebra de sigilo bancário da Jovem Pan
Requerimento pede os dados bancários da empresa e comparação dos valores nas contas antes e depois da pandemiaA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pode votar, nesta semana de retomada dos trabalhos, requerimento feito pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB), que pede a quebra do sigilo bancário do grupo Jovem Pan por considerá-lo um “grande disseminador de fake news” sobre a pandemia no País.
O requerimento pede os dados bancários da empresa, desde o início de 2018, e comparação dos valores nas contas antes e depois da pandemia. A Jovem Pan disse que “pedidos do gênero são injustificáveis” e divulgou nota de repúdio. A assessoria de Calheiros afirmou que o pedido foi feito por técnicos do grupo de trabalho da CPI.
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“Estranhamente, o requerimento estabelece que as investigações sejam feitas a partir de 2018. Segundo o documento que justificou a sua criação, a comissão foi instaurada com o objetivo de 'apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil' (...) A acusação de Calheiros, portanto, não se enquadra no fato determinado para a criação da CPI”, posicionou-se a Jovem Pan em nota.
E seguiu: “Os profissionais da Jovem Pan divulgam fatos e os analisam segundo diferentes pontos de vista. O autor do pedido não especifica quais profissionais disseminaram notícias mentirosas. Fica claro, portanto, que se trata de uma acusação genérica que tem por única finalidade cercear a liberdade de imprensa no Brasil”, encerra.
Os senadores ainda vão definir se votam o requerimento ou não. Dados da Agência Senado apontam que a comissão tem mais de 470 pedidos, dentre convocações, quebras de sigilos, informações e audiências públicas a serem apreciados.
A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), que representa os veículos de comunicação com sede no Brasil, também repudiou o pedido de quebra de sigilo bancário da Jovem Pan. Além da rádio, senadores pediram a quebra de sigilo bancário de sites e blogs bolsonaristas como o Terça Livre, que também é alvo do inquérito das Fake News no Supremo Tribunal Federal (STF).