Deputados cearenses repudiam ameaça de Braga Netto contra as eleições

Segundo o Estadão, o presidente da Câmara, Arthur Lira, considerou o recado dado por Netto como "ameaça de golpe"

Parlamentares cearenses reagiram criticamente à ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de condicionar as eleições de 2022 ao voto impresso. Como revelou o Estadão, a mensagem foi enviada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), no último dia 8, por meio de um emissário político do general. 

Embora o ministro tenha negado o ato, as ameaças já vêm sido feitas publicamente pelo próprio presidente, afirma o deputado federal Célio Studart (PV). "Se o Próprio presidente, e pré-candidato à reeleição, afirma que não vai aceitar o resultado das urnas caso o Congresso e o TSE não instituam o voto impresso, então é óbvio que setores do Governo, em especial os que também fazem parte das Forças Armadas, estão dando guarida ao discurso do Presidente", ressalva. 

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O parlamentar avalia que as ameaças ainda não estão sendo levadas em consideração pelo Congresso Nacional. "Enquanto o comando do Exército não negar de forma explícita as ameaças que o presidente tem feito, o parlamento, a Justiça brasileira e as instituições democráticas estão, sim, em risco de grave ruptura", diz o deputado. 

Para o deputado José Guimarães (PT), vice líder da minoria na Câmara dos Deputados, declarações de Netto são "uma afronta ao Estado Democrático de Direito". "Precisamos unir o país na defesa da democracia! Não é papel das Forças Armadas aderir a nenhum tipo de golpismo. Esse general presta um desserviço ao país", criticou. O petista aproveitou para convidar os seguidores para os atos em prol do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, marcados para o próximo sábado, 24.

O presidente nacional do PDT, deputado André Figueiredo, também endossou críticas às ameaças. "A notícia de que o general Braga Netto, ministro da Defesa, ameaçou explicitamente a democracia brasileira, dizendo a interlocutor do Congresso de que não haveria eleições, em caso do voto impresso não ser aprovado, é um escândalo", disse pedetista, que defendeu a demissão imediata do ministro. 

Figueiredo ressaltou ainda que ameaçar à democracia é "um dos crimes mais hediondos de um ministro de Estado, agravado se é titular da pasta da Defesa". "Como se a democracia fosse um território de milícia. O bolsonarismo corrupto e miliciano contaminou as Forças Armadas?", indagou o deputado.

 

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