Caso Flordelis vira tema de reportagem na revista norte-americana The New Yorker

O material narra em detalhes o assassinato do pastor Anderson e a suspeita de envolvimento da deputada Flordelis como mandante do crime. O texto situa o escândalo na ascensão do pentecostalismo no Brasil e seus representantes no Congresso Nacional

Um reportagem da revista norte-americana The New Yorker narrou em detalhes o assassinato do pastor Anderson do Carmo e a suspeita de envolvimento da sua esposa, a deputada Flordelis (PSD), como mandante do crime. O texto é assinado pelo jornalista Jon Lee Anderson e trata ainda da relação da deputada com o presidente Jair Bolsonaro e sua pauta conservadora que arrebatou os votos da maioria dos evangélicos nas eleições de 2018.

O material, intitulado “O assassinato que escandaliza a Igreja Evangélica do Brasil”, em tradução livre, chama atenção pelo desenvolvimento acurado. O texto narra os últimos momentos do casal em passeio pela orla de Copacabana, no Rio de Janeiro; até o momento do assassinato do pastor, morto com 30 tiros na frente de casa; e o surgimento de suspeitas de envolvimento de Flordelis no crime.

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O texto situa o escândalo no cenário de ascensão do pentecostalismo no Brasil, representado pelo presidente Jair Bolsonaro, a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e o fundador da Igreja Universal, Edir Macedo. A ambientação contextualiza a chegada de Flordelis à Câmara dos Deputados.

“O slogan de Bolsonaro era 'Brasil acima de tudo, Deus acima de tudo' e, no final, mais de 70% dos evangélicos do país votaram nele. Flordelis conquistou sua cadeira na mesma eleição, com cerca de 197 mil votos”, lembra o texto.

A trajetória de Flordelis é contada em detalhes na matéria. O material narra, inclusive, sua passagem pelo programa de auditório da apresentadora Xuxa, no ano de 2002, onde ela foi elogiada por responder pela guarda de 42 crianças e adolescentes abandonados quando ainda era anônima.

Em um novo desdobramento do caso, nesta terça-feira, 8, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 16 votos a 1, a cassação da deputada por quebra de decoro. O deputado Márcio Labre (PSL-RJ) foi o único que votou a favor de manter o mandato de Flordelis. O pedido de cassação deve passar ainda pelo plenário da Câmara, que precisa aprovar parecer por 257 votos.

A deputada é ré na Justiça, acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ter sido a mandante do assassinato do marido, em junho de 2019. Flordelis responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. O cargo de deputada, porém, impede sua prisão preventiva em razão da imunidade parlamentar, que limita a prisão de congressistas somente em casos de crime em flagrante inafiançável.

 

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