Outdoors com críticas a Bolsonaro são retirados após ameaças de apoiadores no Mato Grosso

Organizadores que financiaram os painéis e o proprietário da empresa de outdoors tiveram seus dados divulgados nas redes sociais e sofreram ameaças

Dez outdoors com críticas ao presidente Jair Bolsonaro, exibidos no município de Sinop (MT), precisaram ser retirados após pressão de bolsonaristas da região. As instalações foram financiadas em uma parceria entre a Liga das Mulheres pela Adufmat (sindicado dos professores da Universidade Federal de Mato Grosso), Adunemat (sindicato dos professores da Universidade do Estado do Mato Grosso), o PDT de Sinop e a vereadora professora Graciele (PT) .

Os painéis custaram cerca de R$ 7 mil e foram retirados em dois dias, depois de ameaças contra os organizadores e o proprietário da empresa de outdoors. "A ameaça começou em redes sociais, com divulgação de mensagens com endereço das pessoas e até os telefones. O dono da empresa que fez a divulgação também foi ameaçado economicamente por empresários, que são bolsonaristas, que suspenderiam contratos se não retirassem os painéis. Também houve ameaça dos donos dos terrenos onde estão as placas" conta um dos organizadores, que também foi ameaçado e preferiu não se identificar.

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Um dos cartazes continha a inscrição: "Cemitério cheio, geladeiras vazias. Governo ruim não salva vidas nem a economia". Em outro painel, Bolsonaro aparecia com uma taça de espumante na mão, com oferta de gás de cozinha a R$ 120,00, arroz a R$ 19,00 e gasolina a R$ 5,70, e o questionamento: "Bolsonaro governa para quem?". Em acordo com a empresa contratada, o grupo organizador conseguiu recuperar o dinheiro investido nos outdoors.

Rodrigo Reinehr, filho do dono da empresa, confirmou o assédio contra o pai e seus funcionários. "Estávamos sob ameaça, até nossos colaboradores, nossos funcionários. Teve até vandalismo, derrubaram uma placa nossa. Então, nós fizemos um acordo com o cliente, explicamos a situação. Fizemos um acordo para cancelar o contrato porque estávamos sob risco", disse.

Circula nas redes sociais uma mensagem criticando o proprietário e divulgando seus dados. "Não podemos admitir quando um empresário que se diz 'Bolsonarista' pactua com atos como esses", diz o texto. "O mínimo que o grupo Grapfel deve fazer neste momento é retirar todas as placas colocadas e publicar uma nota na imprensa com pedido de desculpas a todos os sinopenses". O filho do empresário defende que, como prestadores de serviços, apenas atenderam a um pedido, "sem selecionar o cliente".

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