CPI da Covid é alertada sobre tentativa de Pazuello de evitar depor como testemunha
Oitiva do militar estava prevista inicialmente para ocorrer no último dia 4, mas foi adiada para o dia 19 de maio após ele alegar ter tido contato com assessores infectados pelo coronavírus
Circula entre senadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 a informação de que o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, tentará adiar novamente seu depoimento à Comissão ou mesmo mudar o status de testemunha a ele imposto. Inicialmente, a oitiva do militar estava prevista para ocorrer no último dia 4, mas foi adiada para o dia 19 de maio após Pazuello alegar ter tido contato com assessores infectados pelo coronavírus.
Se depor como testemunha, Pazuello será obrigado a dizer a verdade e não poderá ficar calado diante das perguntas, mas caso vá à CPI como investigado poderá optar por permanecer em silêncio. Segundo parlamentares, o movimento de postergação do depoimento giraria em torno de uma investigação aberta contra ele pela Procuradoria Geral da República (PGR). A estratégia passa pela tentativa de um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar o depoimento como testemunha.
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AssineO vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse ao jornal Correio Braziliense que o ato trata-se de um artifício jurídico. "Pazuello pode querer usar um artifício para driblar a CPI, dizendo que é investigado num inquérito criminal deflagrado pelo Aras (procurador-geral) e que, nessa condição, não pode prestar compromisso de dizer a verdade, para não produzir prova contra si ou ainda tentar um habeas corpus no STF". Ele também disse que o ex-ministro pode ser preso caso minta à CPI.
Nesta segunda, 12, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), membro titular da CPI, disse à CNN que o adiamento do depoimento não "pega bem" e levanta dúvidas. Segundo ele, é fundamental que o general compareça presencialmente à CPI no Senado.