Teich afirma que produção da cloroquina era "inadequada" e que medida não passou pelo Ministério da Saúde

O ex-ministro garantiu que não teve conhecimento sobre a produção do medicamento realizada pelo Laboratório do Exército, que em 2020 retomou compras e fabricação em escala industrial.

O ex-ministro da Saúde Nelson Teich, segundo titular da pasta no governo Jair Bolsonaro, afirmou a CPI da Covid nesta quarta-feira, 5, que a orientação para o uso e a produção da cloroquina não passou pelo ministério da Saúde durante sua gestão. Após pergunta do relator da comissão, Renan Calheiros, Teich garantiu que não teve conhecimento sobre a produção do medicamento realizada pelo Laboratório do Exército, que em 2020 retomou compras e fabricação em escala industrial. 

"Eu não participei disso, se aconteceu alguma coisa foi fora do meu conhecimento. Eu não sabia da produção pelo Exército. Eu não fui consultado em nenhum momento do governo. É uma conduta que para mim era inadequada. Isso não é para a cloroquina, é para qualquer medicamento", destacou. 

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O ex-ministro continuou: "Na verdade o problema era a gente não ter dados concretos do benefício, mas essencialmente era a preocupação do uso indevido. isso aí vale para qualquer medicamento. Era muito mais uma discussão de condução do que do remédio especificamente". 

O ex-ministro afirmou não ter conhecimento da distribuição da cloroquina para os povos indígenas e que, caso soubesse, "não deixaria isso acontecer". A CPI da Covid no Senado vai receber de representantes indígenas uma lista de pelos menos 15 tópicos a serem apurados pela comissão que vai investigar as ações e possíveis omissões do governo federal durante a crise sanitária nas aldeias. 

Teich comandou o Ministério da Saúde entre 17 de abril e 15 de maio do ano passado. Em menos de um mês, o médico deixou o cargo após discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro sobre o enfrentamento da pandemia do coronavrírus, principalmente quanto ao uso da cloroquina, defendida pelo Planalto até hoje. O ex-ministro alertava sobre os riscos do medicamento que ainda não possui comprovação científica contra a Covid.

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