A pedido da Funai, líder indígena Sônia Guajajara é intimada pela PF por críticas ao governo Bolsonaro

Órgão indigenista acusa a ativista de "difamação" por websérie Maracá – Emergência Indígena, que denuncia o avanço da covid-19 nas aldeias e violação dos direitos desses povos no contexto da pandemia no Brasil

A pedido da Funai, a Polícia Federal intimou a líder indígena Sônia Guajajara a depor em inquérito que investiga suposta difamação contra o governo federal na websérie Maracá – Emergência Indígena, lançada em agosto de 2020 pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), onde Sônia atua como coordenadora. Na produção, a ativista faz críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação às políticas indigenistas, sobretudo durante a pandemia.

"Fui intimada pela PF, como representante da Apib, para depor em um inquérito por conta da websérie Maracá. A perseguição desse governo é inaceitável e absurda! Eles não nos calarão!", escreveu a líder indígena em seu perfil no Twitter. Sônia também foi candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos (Psol) para a Presidência, em 2018.

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A websérie tem oito episódios e está disponível nas redes sociais da Apib. A produção denuncia a falta de políticas de assistência para os povos indígenas no contexto da pandemia no Brasil e a omissão do governo federal no combate ao avanço da doença nas aldeias.

No boletim epidemiológico da Apib desta sexta-feira, 30, já somam 53.329 casos confirmados da Covid entre indígenas e 1.059 óbitos pela doença. Lideranças como o cacique Aritana Yawalapiti, do Alto Xingu, e Amado Menezes Filho, tuxaua-geral dos Sateré-Mawé, morreram ano passado em decorrência do vírus. Pouco antes de falecer, o líder do povo Sateré-Mawé denunciou a falta de proteção dos povos aldeados.

A produção ainda reúne líderes como Cacique Raoni, Marcos Xukuru, Kretã Kaigang e Shirley Krenak, e discute a demarcação dos territórios dos povos originários e o avanço de atividades ilegais em áreas de proteção indígena nos últimos anos.

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