Ignorando acordo, Eduardo Girão diz que vai se candidatar a presidente da CPI da Covid
Se dizendo independente e autor do requerimento que incluiu a estados e municípios nas apurações da CPI, Girão não tem apoio dos colegas para disputar a presidência da ComissãoO senador cearense Eduardo Girão (Podemos) afirmou que pretende se candidatar ao cargo de presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as ações do Governo Federal no combate à pandemia. Autor do requerimento que incluiu estados e municípios no curso das apurações, Girão não tem apoio dos colegas para concorrer ao posto, mas diz contar com “movimentação grande da sociedade” para a disputa.
A movimentação do senador ignora o acordo estabelecido entre os demais 10 membros titulares que compõem o colegiado e, em consenso, definiram os nomes de Omar Aziz (PSD-AM) para a presidência; Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como vice; e Renan Calheiros (MDB-AM), como relator.
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AssineA combinação foi feita entre os membros governistas, oposicionistas e independentes para garantir que a escolha ocorresse de forma consensual no dia da eleição.
Se afirmando independente, apesar de defender várias pautas governistas, Girão ignora ainda o princípio de proporcionalidade, que garante aos partidos com maior bancada no Senado indicarem o relator e presidente da comissão. Neste caso, a nomeação fica a cargo de MDB e PSD, respectivamente.
A primeira reunião da CPI para a eleição do presidente deve acontecer nesta quinta-feira, 22. Após eleito, o presidente tem a função de nomear o relator da comissão, que produzirá o relatório final a ser encaminhado ao Ministério Público para que as medidas legais sejam tomadas.
Vislumbrando o comando do colegiado, Girão publicou um vídeo nas redes sociais prometendo indicar um relator “que investigue com independência e isenção a União assim como verbas federais enviadas a estados e municípios”. O senador, no entanto, afirma não ter nenhum nome em vista para o cargo até o momento.