Meio ambiente e defesa da classe marcam carreira de chefe do MP do Rio

Futuro chefe do Ministério Público do Rio, Luciano Oliveira Mattos de Souza passou a década passada envolvido especialmente com dois temas: o meio ambiente e a defesa de direitos e prerrogativas da classe. Presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Amperj) de 2013 a 2018, Mattos é tido como um "promotor bom de conversa".

Há, na categoria, a expectativa de que, à frente da Procuradoria-Geral de Justiça, Mattos apareça mais do que o atual ocupante do cargo, José Eduardo Gussem. Isso porque o promotor defende que o procurador-geral de Justiça exerça as chamadas "atividades-fim" do Ministério Público, o que inclui, por exemplo, a promoção de ações penais. Gussem, por sua vez, costumava delegar essas tarefas a grupos específicos da Promotoria, o que provocou críticas dentro da instituição.

Atuação

À frente da Amperj, Mattos é apontado como o responsável por ampliar a atuação externa da associação, dialogando com os Poderes tanto no Rio quanto em Brasília. Mattos teve apoio do ex-procurador-geral Marfan Martins Vieira na eleição para a chefia do MP do Rio. Atualmente no cargo de subprocurador-geral de Justiça de Relações Institucionais e Defesa de Prerrogativas, Marfan foi quem levou a lista tríplice com os mais votados da eleição da categoria para governador interino, Cláudio Castro (PSC) - Mattos ficou em primeiro.

Nascido em Niterói, Mattos comandava, até agora, a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente. Também chefiou braços do Ministério Público em Cabo Frio e São João da Barra. São 25 anos de casa, na qual ingressou em 1995.

No comando do Ministério Público do Rio a partir do dia 15, quando toma posse, Mattos enfrentará casos de repercussão nacional e sensíveis ao presidente Jair Bolsonaro. Um deles é a investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O filho mais velho do presidente foi denunciado pelo MP do Rio sob acusação de liderar um esquema de "rachadinha" (desvio de salários de assessores) quando era deputado estadual.

O MP do Rio conduz ainda investigação sobre o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) por suspeita de manter "assessores fantasmas", além das apurações sobre a morte de Marielle Franco e a atuação de milícias no Rio.

O próprio Castro também tem problemas com a Promotoria. Um vídeo em que o então vice-governador se encontra com um empresário foi usado por delator para alegar que Castro estava recebendo propina. Ele nega.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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