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Salles posta vídeo com animal da Mata Atlântica para defender que não há queimadas na Amazônia

Mico-leão-dourado que aparece no vídeo não é encontrado na floresta amazônica
09:27 | Set. 10, 2020
Autor Redação O POVO
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, publicou, nessa quarta-feira, 9, um vídeo no qual aparece um mico-leão-dourado para defender que não há queimadas na Amazônia. No entanto, o animal é registrado na Mata Atlântica e não é encontrado na floresta amazônica.

"Recebi este vídeo, 'Amazônia não está queimando'..." escreveu o ministro no Twitter publicando a campanha produzida pela Associação de Criadores do Pará (Acripara).


O vídeo exibe diferentes imagens da floresta, de animais e de populações indígenas e é narrado em inglês, com legendas. "Você está sentindo cheiro de fumaça? Claro que não!", afirma a produção.

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Ainda segundo a campanha, as queimadas são utilizadas "em sua maioria" por comunidades tradicionais indígenas e pequenos produtores. "Portanto", argumenta o vídeo, "são culturais e de pequenas proporções". Porém, dados oficiais apontam como principal fator da depredação a extração ilegal de madeira. 

Segundo o jornal O Globo, principalmente a grilagem, isto é, o roubo de terras públicas, aparece na análise de dados de satélite e fundiários realizada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) dos 45.256 focos de calor no bioma Amazônia registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre 1º de janeiro e 29 de agosto de 2019.

Essas florestas são de responsabilidade da União ou dos Estados e ainda não foram destinadas a unidades de conservação, terras indígenas ou outros usos. Como não têm governança definida, se tornam alvos fáceis dos grileiros.

“As florestas públicas não destinadas, federais ou estaduais, ainda carecem de destinação para uma categoria fundiária de proteção como determina a Lei 11.284/2006, conhecida como Lei de Gestão de Florestas Públicas — portanto, por definição, qualquer desmatamento ou fogo que acontece ali é de origem ilegal. Elas somam 63 milhões de hectares, ou 15% da região, e o fogo nestas florestas está geralmente atrelado ao desmatamento resultante de grilagem”, diz a análise do Ipam.

 

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