Centenas de ONGs pedem investigação de violações de DH na China
Eles também denunciam "as violações em massa de direitos humanos cometidas pela China em Hong Kong, no Tibete e em Xinjiang, a supressão de informações no contexto da pandemia Covid-19, bem como ataques contra defensores de direitos, jornalistas, advogados e críticos do governo em todo país"Mais de 300 ONGs solicitaram à ONU, nesta quarta-feira (9), que estabeleça um mecanismo internacional para investigar as violações dos direitos humanos na China e pediu aos mais altos escalões da organização "que ajam de forma decisiva".
Em carta aberta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, à alta comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e aos Estados-membros, essas organizações se baseiam na iniciativa de 50 especialistas da ONU que convocaram, no final de junho, "medidas decisivas para proteger as liberdades fundamentais na China".
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
Assine
Eles também denunciam "as violações em massa de direitos humanos cometidas pela China em Hong Kong, no Tibete e em Xinjiang, a supressão de informações no contexto da pandemia Covid-19, bem como ataques contra defensores de direitos, jornalistas, advogados e críticos do governo em todo país".
Essas ONGs, originárias de mais de 60 países, também acusam a China de atacar defensores dos direitos humanos no exterior, reprimir a liberdade intelectual fora de seu território e censurar a Internet.
Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, declarou nesta quarta que "as alegações dessas organizações são infundadas e merecem ser refutadas".
No texto, as ONGs também denunciam o que veem como uma tentativa da China de silenciar "iniciativas que buscam examinar de perto as graves violações de direitos e crimes internacionais cometidos em países de todo mundo", acusando Pequim de "desvirtuar o mandato do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas".
Nesse sentido, essas organizações pedem uma série de medidas concretas nos fóruns da ONU - sessão especial do Conselho de Direitos Humanos, nomeação de um enviado especial - e também pedem a Michelle Bachelet que cumpra seu mandato independente, supervisionando as violações generalizadas dos direitos humanos cometidos pela China e publicando relatórios a esse respeito.
Embora as críticas à violação dos direitos humanos na China tenham-se multiplicado, Pequim, que tem uma das cinco cadeiras permanentes no Conselho de Segurança, não parou de expandir sua influência nos últimos anos na ONU.