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Após 1 semana em prisão domiciliar, esposa de Queiroz põe tornozeleira eletrônica

A intimação que lhe deu 24 horas para colocar o instrumento de fiscalização saiu na quinta-feira, 16, do Tribunal de Justiça do Rio
21:28 | Jul. 17, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia
A mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, colocou na manhã desta sexta-feira, 17, a tornozeleira eletrônica que vai monitorar sua prisão domiciliar. Há uma semana em casa, ela demorou a colocar o equipamento porque estava foragida há quase um mês, e ao retornar pra casa na semana passada, precisou aguardar etapas burocráticas da Justiça para regularização de sua sentença.

Márcia passou cerca de 25 minutos na central da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) em que a tornozeleira é inserida, no Centro do Rio. Usava máscara e óculos escuros. A intimação que lhe deu 24 horas para colocar o instrumento de fiscalização saiu na quinta-feira, 16, do Tribunal de Justiça do Rio. Antes, na terça-feira, 14, o Judiciário já havia expedido o mandado de prisão domiciliar, com base na decisão do Superior Tribunal de Justiça que concedeu ao casal o direito de ficar em casa.

Assim como Queiroz, Márcia é acusada de tentar fugir das investigações sobre as "rachadinhas" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Ela é uma das funcionárias tidas como "fantasmas", que repassavam parte dos salários para o parlamentar. Seu marido seria o operador do esquema. Ambos foram alvo de prisão preventiva no dia 18 de junho deste ano. Márcia fugiu, mas Queiroz chegou a ser detido.
 
No início deste mês, o jornal O Estado de S. Paulo revelou mensagens inéditas contidas no celular de Márcia que mostravam como a família de Queiroz lidava com Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio que escondeu o ex-assessor em Atibaia. O jornal também noticiou a existência de uma espécie de caderneta-guia com orientações de Queiroz a Márcia caso ele fosse preso - havia nela, por exemplo, contatos da família Bolsonaro.

 

Esquema de rachadinhas

A investigação teve início ainda em 2018, quando um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou uma movimentação milionária, classificada como suspeita, na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Após uma série de tentativas de contato por parte da Justiça, o paradeiro do amigo da família do presidente ficou desconhecido por cerca de dois anos.

Queiroz foi encontrado e preso no dia 18 de junho em um imóvel pertencente ao então advogado de tanto Flávio, quanto de Jair Bolsonaro. A estimativa do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) é de que foram desviados, no mínimo, R$ 2,3 milhões entre os quatro mandatos parlamentares exercidos por Flávio entre 2003 e 2018. Dinheiro este lavrado com compra e venda de imóveis e com aplicações em uma empresa de chocolates da qual Flávio é sócio, segundo a promotoria.

Ainda em Janeiro de 2019, ao ser questionado pela operação Furna da Onça, que se debruçava nos casos de rachadinha na Alerj, ele prestou esclarecimentos por escrito, negando qualquer envolvimento no crime e prestou uma queixa formal contra a investigação alegando que estava sendo erroneamente associado aos desvios. O operação, inclusive, teria sido vazada para a a família Bolsonaro e adiada para beneficiar a campanha do então candidato a presidente pelo PSL.

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Com informações da Agência Estado 

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