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Fala do Presidente da Fundação Palmares é repudiada por organizações e deputados

Parlamentares e ONG enviaram representações contra Sérgio Camargo; organizações publicaram abaixo assinado pedindo exoneração
07:36 | Jun. 04, 2020
Autor Bemfica de Oliva
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Bemfica de Oliva Repórter
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Tipo Notícia

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, vem recebendo diversas manifestações de repúdio por organizações de militância pela igualdade racial. As ações acontecem após o vazamento de áudio em que  Camargo chama o movimento negro de "escória maldita" e trata pejorativamente praticantes de religiões de matriz africana por "macumbeiros".

No áudio, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Camargo usou expressões como "os vagabundos do movimento negro", além de ofender uma mãe de santo. Ele afirmou ainda que não liberará verbas para ações de religiões de matriz africana e avisou aos diretores do órgão que "quem não entregar esquerdista vai sair".

Nesta quarta-feira, 3, parlamentares de partidos de esquerda protocolaram na Câmara dos Deputados requerimento para que o Ministério Público Federal (MPF) abra inquérito sobre as declarações. O Psol solicitou, ainda, que Camargo compareça à Câmara para prestar esclarecimentos sobre o conteúdo do áudio. No Senado, a assessoria de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou que o partido pedirá mandado de segurança coletivo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo afastamento imediato de Camargo.

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A ONG Educafro, por sua vez, também enviou representação ao MPF, acusando o presidente da Fundação Palmares de racismo. Segundo o documento da ONG, o crime se configura pelas declarações referentes às religiões de matriz africana, a negativa de benefícios e recursos a organizações ligadas a estas crenças e a ofensa à mãe de santo.

Adna dos Santos, conhecida como Mãe Baiana de Oyá, a mãe de santo ofendida por Camargo, prestou queixa à Polícia Civil do Distrito Federal. As acusações de Mãe Baiana contra Sérgio Camargo são de injúria racial, discriminação racial e discriminação religiosa.

Ainda na tarde de hoje, foi elaborado um abaixo assinado online pedindo a exoneração de Camargo. O documento, que conta com o apoio de quase 50 entidades entre terreiros, coletivos e organizações pela igualdade racial, já tem mais de 13 mil assinaturas.

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