"Dependendo da evolução dos fatos, o nome não é um princípio imutável", afirma vice-presidente do PCdoB
Em entrevista a rádio O POVO CBN, nesta quinta-feira, 23, o vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, falou sobre a campanha Movimento 65 e explicou as estratégias de diálogo do partido com representantes de outras legendasEm entrevista a rádio O POVO CBN, nesta quinta-feira, 23, o vice-presidente e secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB, Walter Sorrentino, apresentou as propostas para 2020. No debate, ele comentou sobre os projetos eleitorais de abertura do partido, alvo de críticas após o anúncio do Movimento 65, que será lançado próximo mês.
"Esse movimento tem o sentido de abrir a legenda partidária eleitoral para receber um conjunto de novas lideranças sociais, como empresários e religiosos, para que venham se eleger pela legenda 65. Esse é um movimento muito amplo" afirma Walter. Confira a entrevista na íntegra:
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AssineSegundo o vice-presidente, para unir partidos progressistas de esquerda e criar uma ampla frente política democrática, o partido privilegiará o diálogo com outras legendas e entidades, o que abre espaço para possíveis mudanças. "Não temos porque esquecer nosso sentido de pertencimento, que ainda mantém o nome comunista, mas dependendo da evolução dos fatos, o nome não é um princípio imutável e pode se adequar à contemporaneidade. " revela.
Nos últimos dias de dezembro de 2019, a notícia de que o tradicional Partido Comunista do Brasil, o PcdoB, estaria planejando “mudar de cara” adotando um novo nome e uma nova marca, tomou a internet. No entanto, a informação que passou a circular e que chegou a colocar o partido nos Trending Topics do Twitter, não era verdadeira – ou pelo menos parte dela.
É, não tinha jeito mesmo. O @PCdoB_Oficial é um excelente partido, com ótimos nomes (@ManuelaDavila e @FlavioDino, entre outros), mas em 2020 ter "comunista" no nome já afasta mto voto. Sei q a militância tem orgulho, mas o partido precisa crescer https://t.co/7MjMdaEVYI
— Lola Aronovich (@lolaescreva) December 28, 2019
Entretanto, apoiadores e líderes partidários negaram a mudança de nome e que tudo significava uma estratégia de articulação das possíveis filiações e candidaturas majoritárias que irão disputar o pleito municipal próximo ano. Em entrevista ao O POVO, o atual presidente do PCdoB Fortaleza, Franciné Cunha, afirmou que a ideia do projeto eleitoral era unir e atrair apoiadores visto o avanço das ideias do governo federal.
Segundo Walter, as modificações surgiram com dois novos movimentos do PcdoB, o “Movimento 65” e o “Comuns”, fruto de uma preocupação do partido em criar uma frente de luta contra o governo de Jair Bolsonaro, o qual ele considera autoritário. "As forças de Bolsonaro, além da esquerda, derrotaram o respeito ao pacto de um estado democrático de direto, então podemos combater isso conversando com todos sim", afirma o vice.
Recentemente, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), um dos cotados do partido para disputar as eleições presidenciais em 2022, defendeu que a esquerda possa dialogar com quem pensa diferente para derrotar o presidente Jair Bolsonaro.
Flávio Dino: Esquerda só vencerá se sentar com quem pensa diferente https://t.co/dv5sKq8M8y pic.twitter.com/0dtvCZHe18
— PCdoB (@PCdoB_Oficial) January 23, 2020
Ao comentar o diálogo com o apresentador Luciano Huck, que tem se movimentado para concorrer à presidência, o parlamentar mencionou que seus encontros, inclusive com Fernando Henrique e Rodrigo Maia, significam um diálogo "com o segmento social que eles representam”, completou.
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