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Moro teria orientado Deltan a divulgar informações sigilosas sobre corrupção na Venezuela

O fato teria acontecido em agosto de 2017 e foi divulgado neste domingo, 8, pela Folha de S.Paulo em mais uma série de trechos de conversas do ministro vazadas pelo site The Intercept Brasil
11:10 | Jul. 07, 2019
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O juiz Sergio Moro teria orientado integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato a divulgar informações sigilosas ligadas a atos de corrupção envolvendo o regime do presidente da Venezuela Nicolás Maduro. O fato teria acontecido em agosto de 2017 e foi divulgado neste domingo, 8, pela Folha de S.Paulo em mais uma série de trechos de conversas do ministro vazadas pelo site The Intercept Brasil.

Conforme as mensagens, a Procuradoria-Geral da República e a força-tarefa de Curitiba mantiveram contato com procuradores venezuelanos que estavam sendo perseguidos pelo ditador com o intuito de receber mais informações sobre o fato. Além disso, eles também investigaram as contas utilizadas pela Odebrecht para pagamento de suborno as autoridades do regime na Suíça.

"Talvez seja o caso tornar pública a delação dá Odebrecht sobre propinas na Venezuela. Isso está aqui ou na PGR?", escreveu o juiz em diálogo com o cornador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, em um dos trechos vazados.

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"Haverá críticas e um preço, mas vale pagar para expor e contribuir com os venezuelanos", respondeu Dallagnol.

Em 2016, os diretores da Odebrecht assumiram ter feito pagamento de suborno com o objetivo de fechar parcerias comerciais com 11 países, incluindo a Venezuela. Contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou que todas as informações existentes na delação fossem mantidas em segredo.

Apesar do receio do coordenador da força-tarefa, o ministro reforça que aquela seria ação mais viável no momento. "Tinha pensado inicialmente em tornar público. Acusação daí vocês tem que estudar viabilidade", escreveu.

"Não dá pra tornar público porque simplesmente violaria o acordo, mas dá pra enviar informação espontânea e isso torna provável que, em algum lugar no caminho, alguém possa tornar público", explicou o procurador.

Dias depois do diálogo entre Moro e o coordenador, membros da operação se mostraram preocupados com as consequências que a ordem do juiz poderia trazer, principalmente a brasileiros que habitam no país venezuelano. "Vejam que uma guerra civil lá é possível e qualquer ação nossa pode levar a mais convulsão social e mais mortes", disse Paulo Gadão. "Imagina se ajuizamos e o maluco manda prender todos os brasileiros no território venezuelano", complementou Athayde Ribeiro Costa.

Tetando acalmar os colegas, Dallagnol afirma: "Quanto ao risco, é algo que cabe aos cidadãos venezuelanos ponderarem. Eles têm o direito de se insurgirem".

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