Participamos do

Doria busca vínculo com atos em favor da Lava Jato

08:26 | Jun. 29, 2019
Autor Agência Estado
Foto do autor
Agência Estado Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
Na antevéspera das manifestações convocadas em várias capitais em defesa do ministro da Segurança Pública e Justiça, Sérgio Moro, o governador João Doria (PSDB) promoveu ontem (28), no Palácio dos Bandeirantes, uma cerimônia em homenagem ao ex-juiz e fez duros ataques ao PT. O tucano usou a agenda na sede do governo paulista, na qual entregou a Moro a primeira medalha da Ordem do Ipiranga de sua gestão, para tentar capitalizar o movimento em defesa da Operação Lava Jato e marcar posição diante dos eleitores de Jair Bolsonaro.
A Ordem do Ipiranga é a principal honraria do governo de São Paulo. O gesto ocorreu dias depois de o presidente admitir que pode disputar a reeleição em 2022 e tratar o governador paulista, que foi seu aliado na eleição do ano passado, como pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Foi após discursar na Marcha Para Jesus, maior evento evangélico do País, em São Paulo, durante o feriado de Corpus Christi, que Bolsonaro falou pela primeira vez de forma explícita sobre a possibilidade de tentar um novo mandato. Ele condicionou uma eventual candidatura à reeleição à aprovação de "uma boa reforma política". "Agora, se não tiver uma boa reforma política e, se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos."
A avaliação de aliados de Doria é que a manifestação do presidente antecipou o jogo eleitoral, algo que não interessa ao governador nesse momento. No discurso de ontem, porém, o tom foi justamente eleitoral. "É preciso deixar claro que foram os governos petistas que ajudaram e contribuíram para assaltar os cofres públicos e roubar a consciência dos brasileiros. O Brasil precisa de mais Moros e menos Lulas", afirmou o governador. A cerimônia reuniu o prefeito Bruno Covas, secretários e dezenas de aliados de Doria.
Questionado sobre o momento do evento - após a divulgação de mensagens atribuídas a Moro e procuradores da Lava Jato pelo site The Intercept Brasil -, o tucano desconversou. "A homenagem é atemporal. Ele merecia ontem e merece hoje", disse. Ao lado de Moro, o governador leu um discurso com o mesmo tom usado durante a campanha para governador.
"Se não fosse esse homem liderando um grupo de patriotas nós não teríamos a Lava Jato no Brasil. E não teríamos trancafiados em prisões aqueles que usurparam, enganaram, roubaram os brasileiros. Inclusive em São Paulo, haja visto que o triplex é em São Paulo e o sítio é em São Paulo", disse Doria.
Já Moro voltou a vincular a divulgação dos diálogos a um "ataque" à Lava Jato e disse que há uma "sombra de retrocesso" sobre a operação. Antes da homenagem, Moro e a mulher, Rosângela, participaram de um encontro privado com Doria, a primeira-dama do Estado, Bia Doria, o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags